Com 28 estabelecimentos legalizados, município ocupa a oitava colocação no Estado e se destaca neste segmento
Vera Cruz atualmente ocupa a oitava posição no ranking do Estado no quesito de agroindústrias familiares. Esse status não é de agora e foi construído a partir do ano de 1986, quando as primeiras informações sobre a legalização deste trabalho familiar ganhou ênfase devido às leis de regularização impostas pela Vigilância Sanitária. Desde então, o município começou a se destacar nessa área e conta com 28 agroindústrias de variados segmentos de produção.
Conforme Luiz Fernando Gerhard, que foi coordenador de equipe da Emater, e na época acompanhou de perto o início da instalação destas empresas, ele relembrou que chegou a Vera Cruz em 1984, e dois anos depois, iniciou o processo para o surgimento das primeiras agroindústrias. “Já tinham famílias que produziam produtos como melado, vegetais e embutidos, mas não tinha uma legalização. A partir de 1986, a legislação passou a exigir que estes produtos tivessem uma embalagem legalizada, com rótulo, especificação, validade e outros. Então, nós da Emater começamos a elaborar um plano de criação das agroindústrias adaptado a estás normas”.
Com um padrão especificado para agroindústrias, Luiz sublinhou que se aposentou da profissão em 2015, quando Vera Cruz atingiu a marca de 17 empresas do ramo. Mas ele contou que mesmo aposentado, continuou acompanhando e orientando as empresas. “O mais difícil foi à licença ambiental, que tem uma burocracia muito forte, então procuro orientar eles nesse sentido”.
O prefeito de Vera Cruz, Gilson Becker, destacou que essa alternativa de diversificação na propriedade é muito importante e destacou o setor com sua importância para a economia. “Temos um expressivo aumento de agroindústrias familiares que buscam pela legalização e é importante para nosso produtor ter mais uma alternativa de renda”.
Aposta nas agroindústrias
A região é conhecida pela forte economia a partir da produção do tabaco, mas com o passar dos anos, algumas famílias – devido a falta de mão de obra, estrutura, a saída do jovem do campo – tiveram que optar por outra alternativa de renda. “Muitas empresas desse ramo foram instaladas em fornos de fumo, mas claro, a estrutura foi completamente adaptada para receber as instalações de uma agroindústria. Além disso, eles tiveram e continuam tendo alternativas para financiamento através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), para subsidiar este tipo de negócio”, pontuou Luiz.
Para capacitar estes produtores, ao longo dos anos cursos práticos e de capacitação foram desenvolvidos por meio do Senar, Emater e outras instituições, para que este produtor esteja preparado para o mercado. “Quem tem interesse em abrir uma empresa neste ramo, primeiramente deve conversar com os técnicos da Emater, que estudarão um projeto e fornecerão orientações em como prosseguir. Depois vai para licença ambiental para conseguir o alvará. A partir disso, pode dar início ao projeto de uma agroindústria”, explicou Luiz.
Feiras são importantes para divulgação dos produtos
Com a chegada da Feira da Produção, Luiz aponta que será um momento muito importante para estes produtores comercializarem seus produtos. “Isso só tem a agregar eles, pois é uma vitrine e muitas pessoas podem conhecer as produções familiares de Vera Cruz”, destacou. Ele sublinhou que outro grande evento que destaca estas agroindústrias é a Expoagro Afubra. “A Expoagro abre um leque pra esse pessoal e considero uma vitrine para a comercialização para todo o Estado”.
Demanda do mercado
Com diversas agroindústrias focadas em embutidos, vegetais, carnes, derivados do leite, e panificação, Luiz acredita que falta gente que produza, por exemplo, amendoim e avicultura, com foco em ovos. “Esses segmentos são o futuro e devem surgir em breve”, elencou.
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