Para Maria Fernanda Cassol Moreira, repercussão do caso deve servir para alertar pais a ficarem atentos ao comportamento dos filhos
Promotora responsável pela denúncia que resultou na condenação de 21 anos, um mês e cinco dias de reclusão para o então ex-padre Carlos André Mueller, de 59 anos, Maria Fernanda Cassol Moreira comentou o caso, que transitou em julgado após ser analisado pela Justiça de Vera Cruz, Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e Superior Tribunal de Justiça.
A representante do Ministério Público (MP) salientou as evidências apuradas no procedimento de investigação que analisou o fato complexo. “Sobre a condenação, considerando a prova contundente que foi angariada na instrução, já era esperada pelo Ministério Público. Esse tipo de crime é muito grave, e como tal deve ser punido”, disse ela.
“Acho também que essa repercussão deve servir para alertar os pais, porque abusos ocorrem frequentemente, boa parte das vezes dentro do próprio âmbito familiar”, salientou a promotora de Justiça.
Conforme a denúncia do MP, o pároco teria cometido os crimes em visitas a Vera Cruz, cidade onde nasceu, contra meninas adolescentes que seriam suas parentes. Os períodos dos fatos contra as quatro vítimas, analisados pela Justiça, compreenderam os anos de 2011 a 2017; 2015 a 2020; 2015 a 2020; e 2016 a 2021.
“Abusador não tem cara. Muitas vezes são justamente aqueles que se travestem de amigos para se aproximar das crianças ou adolescentes para cometer os crimes”, enfatizou a representante do Ministério Público.
“Por isso, é muito importante que os pais atentem para qualquer mudança de comportamento dos filhos. E, principalmente, devem procurar instruí-los para que as crianças ou adolescentes consigam identificar condutas abusivas e denunciá-las”, complementou Maria Fernanda Cassol Moreira.
Carlos André Mueller, que recebeu demissão do estado clerical homologada pelo Papa Francisco ainda em vida, está preso no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, onde deu início ao cumprimento de sua pena.
A reportagem entrou em contato com a defesa do acusado. O conceituado advogado criminalista Ademar Antunes da Costa preferiu não comentar a decisão em virtude do processo tramitar em segredo de justiça.
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