Resultado da votação revelou uma divisão de opiniões na Câmara
Uma moção de repúdio ao projeto de lei que propõe a anistia dos acusados pelo que ocorreu em 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram prédios dos três poderes em Brasília, se tornou um tema de debate na Câmara de Vereadores de Santa Cruz nessa segunda-feira (6). A moção foi proposta por Alberto João Heck (PT) e foi votada na sessão desta semana.
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O resultado da votação revelou uma divisão de opiniões na Câmara, com três vereadores votando a favor da moção de repúdio (Alberto Heck, Bruno Faller e Nicole Weber), dois se abstendo (Henrique Hermany e Hilário da Silva) e 11 votando contra (Daiton Mergen, Francisco Carlos Smidt, Gerson Trevisan, Ilário Keller, Jair Eich, Leonel Garibaldi, Licério Agnes, Professor Cleber, Raul Fritsch, Rodrigo Rabuske e Sérginho Moraes). Bruna Molz é a presidente e não vota.
Alberto Heck, que propôs a moção, a justificou com base na necessidade de coerência em relação a uma moção anterior aprovada pela câmara em março, que expressava apoio à instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para responsabilizar os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. Segundo ele, a ação daquele dia causou sérios danos aos prédios dos poderes públicos e representou uma ameaça à democracia brasileira. A CPMI, no entanto, gerou controvérsias e debates políticos intensos.
Raul Fritsch expressou seu voto contrário à moção de repúdio, justificando que acredita que os verdadeiros responsáveis pelos eventos de 8 de janeiro, que ele classifica como terroristas, estão em liberdade. “Os mandantes estão soltos. Querem prender e querem condenar verdadeiros patriotas e, na sua maioria, inocentes. O desgoverno de Brasília tem deixado os verdadeiros terroristas inclusive fazer parte do governo. O meu voto é contra”, falou.
Nicole Weber destacou sua postura política centrada e explicou que, apesar de não adotar posições extremas, ela votaria a favor da moção de repúdio. Ela enfatizou a importância da ampla defesa e do devido processo legal, afirmando que as pessoas culpadas pelos eventos de 8 de janeiro devem ser punidas, respeitando os princípios legais. “Quem for inocente, prova dentro do processo, assim como todos nós, quando processados ou quando nós advogados atuamos”, disse.
Francisco Carlos Smidt explicou sua decisão de votar contra a moção de repúdio com base na coerência. Ele argumentou que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) inicial, que investigou os eventos de 8 de janeiro, foi, em sua opinião, enganosa e que a senadora Eliziane Gama, responsável pelo trabalho, não foi imparcial. Ele sugeriu que a maior parte da população acredita que os eventos foram montados. “Pessoas de idade e crianças entraram lá e foram literalmente levadas de forma enganosa. Ficaram presos por meses, de forma humilhante”, expressou.
Leonel Garibaldi expressou sua oposição à moção de repúdio, afirmando que, assim como o vereador Carlão, ele acredita que o projeto de lei que propõe anistia pelos eventos de 8 de janeiro envolve muitas pessoas inocentes. Ele enfatizou que a moção de repúdio estava direcionada à pessoa errada.
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