Eleições são uma ótima oportunidade para falar com as crianças sobre democracia, sobre direitos e deveres. Afinal, estamos escolhendo por elas, hoje, o futuro que as aguarda.
Um assunto necessário. As eleições inevitavelmente tomam conta das rodas de conversa, dos noticiários, estavam no rádio e na TV com as propagandas eleitorais gratuitas, em bandeiras nas esquinas, nos carros e nas nossas caixas de correio.
As crianças não ficam alheias ao processo democrático. Curiosas – e espertas – que são, querem entender o que está acontecendo e fazer parte do processo. Saem com cada uma que chega a ser engraçado. Momento oportuno para dimensionar melhor o Brasil em que vivemos, falar do município, do estado e do país. Quando a eleição é municipal, no caso da ocorrida neste domingo, 6 de outubro, se torna muito mais próximo. Podemos encontrar na rua os atores do processo, o que gera mais curiosidade. O que faz um vereador?
Há caminhos de esclarecimento, de entendimento. A primeira democracia a qual pertencemos é a família. Por isso, é interessante aproveitar a curiosidade das crianças e mostrar, com exemplos lúdicos e respeitando a sua faixa etária, como funciona a democracia da qual somos parte. Estabelecer, em casa, regras de convívio, horários e limites, além de discutir soluções em conjunto, ajuda a criança a se perceber como cidadão, como parte disso. Mostrar a diversidade de opiniões, de ideologias, também é um aspecto importante.
Opiniões contrárias sempre existiram e existirão, mas devemos entender do assunto, nos informar, ter conhecimento para poder expressar aquilo que pensamos e escolher o caminho que consideramos o adequado e que se alinhe com as nossas ideologias. A melhor maneira é dialogar de forma gentil, educada, sempre com embasamento. E, acima de tudo, respeitando as opiniões contrárias às nossas.
Passeando com minha filha no centro de Santa Cruz no sábado, véspera da eleição, bandeiras de muitas cores e com diferentes rostos podiam ser apreciadas, cada qual com seu jingle na ponta na língua e uma coleção de santinhos em mãos. Uma verdadeira imersão na democracia do voto. Somos nós que temos o poder da escolha.
O ambiente organizado e sistemático da escola é outro bom exemplo. Os alunos precisam levantar a mão para falar, são ensinados a esperar o coleguinha terminar, cada um tem a sua vez. Na sala, a autoridade maior é do professor. Há a escolha do líder da turma – que comentava em outra coluna – e do ajudante do dia. De quem vai comandar a brincadeira no pátio. Tudo isso é decidido em conjunto e nem sempre aquele que escolhemos será o escolhido da maioria.
A eleição é uma lição. E não há problema algum das crianças entenderem desde pequenas este processo. Estamos escolhendo hoje, por elas, o futuro que as aguarda.
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