No aniversário de 59 anos de Vera Cruz, confira o relato de pessoas que já não vivem mais no município, mas que sentem saudade desta terra
Israel Mueller e Daniela Thier Roloff são amigos de infância, estudaram juntos do jardim até a 8ª série em Vera Cruz. Hoje, vivem longe da Capital da Gincana, mas em passagem pelo município, revelam as lembranças e saudades desta terra. Longe dos olhos, perto do coração: confira neste especial o que sentem vários vera-cruzenses que estão distantes no mapa, mas com o coração na terra em que nasceram ou viveram por muitos anos: Vera Cruz.
Poliana Forsthofer Deitos (Rio de Janeiro)
Saí de Vera Cruz aos 17 anos para cursar a universidade em Porto Alegre. Passei por Cuiabá, São Paulo e estou há 15 anos no Rio de Janeiro. Tantos anos morando fora, mas não me sai da memória a infância feliz que vivi em Vera Cruz. Correr livremente pela grama das casas sem muros, andar de bicicleta na “pistinha” construída pelos meus irmão e nossos amigos da turma da rua no terreno do vizinho, na sombra dos eucaliptos. O campinho de futebol construído da mesma forma na esquina, a casa da árvore, as brincadeiras de rua. “Brincava de boneca” com os filhos dos amigos, meus afilhados. O início da noite do inverno frio, sentados no meio fio, conversando com os amigos até a mãe de cada um gritar o nome para voltar para casa. As tardes de verão na piscina do CEVEC.
É impossível andar por Vera Cruz sem encontrar alguém e parar para conversar no caminho. Tudo é “logo ali”, alguns minutos de caminhada para ir até a casa das amigas, para ir ao centro, ao mercado Back, buscar cuca na padaria Schuh, a escola, tomar chimarrão na praça aos domingos, usar a Caixa d’Água como ponto de referência para tudo!
O que mais me marcou foram as relações de amizade, os vínculos tão fortes que todos parecem pertencer a uma mesma família, e minha família é enorme, metade da cidade parecia ser formada pelos primos!!! Compartilhar gostos, hábitos, tradições, marcou minha essência, faz parte de quem eu sou. Moro longe há 22 anos, mas continuo pertencendo a Vera Cruz. Tenho muito orgulho da nossa cidade, que cresce e se abre para a evolução natural ao mesmo tempo em que preserva a qualidade de vida das pessoas. Levo meu filho, Vicente, todos os anos para que vivencie um pouco deste encanto que é pertencer a um lugar onde todos se conhecem, se ajudam e se querem bem.
Luana Diehl (Turquia)
Juliano Zuege, Luana Diehl e a filha do casal, Joana, se mudaram para Izmir, na Turquia, em outubro de 2017. Ao pensar na saudade de Vera Cruz, “o que vem na cabeça e no coração é a saudade da família, especialmente das crianças e o aconchego de uma cidade pequena do interior, sem engarrafamentos, de fácil acesso ao comércio e ao trabalho, onde todos os moradores se conhecem. O churrasco típico aos domingos rodeado pelos familiares, um bom violão e a criançada, diversas saladas, cucas e outras iguarias locais fazem parte do cardápio típico do gaúcho! E do chimarrão então, nem se fala! A vivência com os amigos nos encontros dos finais de semana que agora podemos acompanhar somente por fotos e troca de mensagens nos deixa com muitas saudades! Lembramos muito das jantas, dos almoços e dos momentos descontraídos com essa galera!
Meu marido, Juliano, acrescenta ainda a saudade dos amigos da ACEA, da Confraria da Banda Dez, do Bar do Zonta e do CTG Candeeiro da Amizade!” O casal enxerga Vera Cruz como uma cidade acolhedora, de muitos amigos, conhecida como Capital da Gincana, com lugares marcados aos finais de semana para relaxar e curtir bons momentos com toda a turma. “Temos muito orgulho de sermos vera-cruzenses e acompanhamos um pouco o crescimento do município, que ao longo dos anos buscou ter a sua identidade e valorizar sua comunidade! Fato marcante em 2011 ter seu nome no Guinness Book pela maior Polonaise do mundo! Orgulho! Mas não para por aí, ainda temos muito a fazer como cidadãos vera-cruzenses, rumo a uma cidade ainda melhor para as futuras gerações!”
Israel Mueller (Estados Unidos)
Distante há 11 anos do município, a primeira coisa que lembro ao pensar em Vera Cruz, com certeza, são os meus familiares. Embora esteja sempre me comunicando com a maioria deles, nada substitui estar presente pessoalmente. A roda de chimarrão é outra coisa que sinto falta, pois mesmo levando erva para tomar chimarrão, falta o aspecto social desta cultura (adiciona a cuca, rapadura e outras comidas que frequentemente acompanham o chimarrão). Um bom churrasco também! E não poderia deixar de lado a gincana, que não participo desde quando me mudei, mas que sempre era envolvido quando morava em Vera Cruz.
Daniela Thier Roloff (São Leopoldo)
Faz 10 anos que não moro mais em Vera Cruz, mas a saudade de algumas características do município sempre estará presente. A saudade da família que permaneceu certamente é o principal motivo para retornarmos sempre que possível. Também sinto falta de caminhar nas ruas e reconhecer as pessoas, reencontrar os amigos, de participar da Gincana e de comer uma boa cuca. E quando nós temos filhos, a vontade aumenta de visitar a família, de mostrar a eles as suas raízes e de quanto Vera Cruz é importante na nossa história!
Tiago Brandt (México)
O que mais sinto falta quando penso em Vera Cruz é da família, já que a distância me impede de visitá-los frequentemente. Sinto falta também dos churrascos de domingo, de sair na rua e encontrar gente conhecida, de poder andar de skate na rua em frente à minha casa. Hoje, quando penso em Vera Cruz, me vem a ideia de uma cidade muito verde, de árvores por todos os lados, de um clima agradável para viver, diferente do que tenho atualmente aqui no México, onde o clima é bastante seco e desértico, é muito fácil encontrar montanhas sem nenhuma árvore por aqui. É muito bonito lembrar também que para chegar em Vera Cruz temos os túneis verdes, um lugar muito agradável para correr nos fins de tarde. Quanto à comida, sinto falta de comer xis e não ter que perguntar a todo instante se a comida tem pimenta. Quando lembro de Vera Cruz não tem como não lembrar das gincanas. Acho que não existe em nenhum outro lugar um evento que movimenta tanto uma cidade quanto um evento desses e que reúne diferentes pessoas em prol de um mesmo objetivo. Estando tão longe de Vera Cruz eu a vejo como uma pequena cidade que proporciona a todos os vera-cruzenses uma excelente qualidade de vida, onde as pessoas são amáveis e felizes.
Eduardo Negri Mueller (de Concórdia, Santa Catarina)
Difícil resumir em poucas linhas a saudade de minha terra natal. Pouco mais de 16 anos residindo fora de Vera Cruz, sinto falta da família, dos amigos e da infância. Na memória, lembranças deste território de belezas naturais, com sabor de cuca saindo do forno e da comida de mãe, com cheiro de fumaça das chaminés em dias de intenso frio, dos bons e marcantes momentos nas escolas pelas quais passei e das habilidades descobertas nas atividades do Grupo de Escoteiros. Um município acolhedor, pequeno quanto ao número de habitantes, mas grande quanto a oportunidades. Terra de progresso, de sucesso e de povo feliz!
Astor Milton Schmitt (Caxias do Sul)
O ano em que Vera Cruz completa 59 anos , coincide, casualmente, com o ano em que saí de Vera Cruz com o objetivo de continuar estudos e cursar uma faculdade, coisa que nestes tempos não era nada fácil. Acabei cursando o então científico no Colégio Julio de Castilhos, em Porto Alegre, e mais tarde , engenharia mecânica na UFRGS, na mesma cidade. Portanto, ainda me considero um pouco como de “Vila Thereza”, exatamente como se escrevia na época.
De qualquer forma, foi na hoje Vera Cruz que nasci, passei minha infância e adolescência. Sempre lembro com muito carinho e respeito o que aprendi, não só com meus pais na família, mas também na Escola Anchieta, onde me alfabetizei com os professores Ervino Schaeffer e Claudino Loebens, de saudosa memória, como também do grande Cônego Kroetz e sua catequese na igreja da Comunidade Católica. Isso sem dúvida me guiou na vida e valorizo de maneira muito respeitosa. Conquanto vivendo fora de Vera Cruz ao longo destes 59 anos , nunca perdi e deixei perder minhas origens e ao longo de todo este período visitando nossa Vera Cruz muito frequentemente, diversas vezes ao ano. Em Vera Cruz, sigo convivendo muito proximamente com meus parentes, familiares e sobretudo com os amigos, a maior parte deles de infância e adolescência, cuja relação sadia de amizade se mantém ao longo do tempo.
Também tanto eu como meu irmão, Heitor, empresário em São Borja, mantemos e conservamos da melhor maneira possível as propriedades de nossa família, que representam nossa origem e nossa referência. Nunca nos passou pela cabeça ignorar ou abandonar isso. Na vida profissional e já aposentado, sempre estive ligado a Caxias do Sul, como muitos em Vera Cruz sabem, e em Caxias, ao longo de mais de 50 anos de atividade, sou parte do que considero uma grande obra que foi minha participação no processo de consolidação, expansão de uma das empresas símbolo do Rio Grande do Sul. Há 50 anos a gente saiu praticamente do zero e hoje o grupo Randon opera 10 empresas , 15 fábricas no Brasil, Argentina, Uruguai, Peru, Estados Unidos, Índia, China, e unidades de montagem no Kenia, Argélia , Nigéria. Empregamos cerca de 8.500 pessoas. Tenho muito orgulho desta trajetória e sigo ligado à empresa como membro de Conselhos de Administração e Acionista.
Certamente, nesta trajetória profissional a base educacional obtida em Vera Cruz foi fundamental e por isso respeito e considero tanto minha querida terra natal. Neste momento de comemorações pelos 59 anos de Vera Cruz, tudo que desejo é vida longa e sucesso constante para nossa Vera Cruz.
O material completo, com mais depoimentos, pode ser conferido edição impressa do Jornal Arauto.
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