A aplicação de uma multa pegou uma comunidade religiosa de surpresa em Santa Cruz. Em abril deste ano, a Comunidade Evangélica do Centro foi notificada e multada em R$ 5 mil devido ao barulho do sino. A penalidade foi aplicada após a reclamação de um morador das proximidades, que alegou incômodo causado pelo badalar do sino, que toca a cada 30 minutos, especialmente no período noturno.

Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, o responsável pela Comunidade Evangélica, pastor Lindomar Raach, explicou que, logo após a notificação, a igreja optou por desligar o sino. “Agora a gente vai analisar. Vamos acionar os nossos advogados e ver o que é possível fazer”, declarou.

A igreja alega que não houve tentativas anteriores de diálogo por parte do morador antes da ação judicial. Moradores em outros períodos também já haviam feito reclamações, mas nunca buscaram medidas legais. “A igreja está sendo lesada, está sendo notificada por uma cultura, um princípio, uma coisa assim tão bonita, que foi a criação do sino já há mais de 4 milhões de anos atrás”, lamentou.

Segundo Raach, a comunidade recebeu a decisão com muita tristeza. “Ficaram muito abalados, até porque não existiu essa tentativa de aproximação, de diálogo”, enfatizou. Ele esclareceu que existe um equipamento que permite silenciar o badalar durante a noite, com custo estimado em R$ 10 mil. No entanto, ressaltou que a compra do aparelho não é uma prioridade para a igreja. O pastor espera que a situação seja resolvida em um prazo de três a seis meses. Ele ainda apontou que a medição dos decibéis, fato que antecedeu a multa, teria sido feita embaixo do sino.

A reportagem da Arauto News 89,9 FM entrou em contato com a Prefeitura de Santa Cruz, visto que a medição teria sido feita pela Guarda Municipal. Até o fechamento dessa reportagem, a assessoria de imprensa do Executivo não havia enviado manifestação.

Ouça a íntegra da entrevista com o pastor Lindomar Raach