Comida virou artigo de luxo. O direito de escolher o que comer transformou-se no direito de não comer
Everton Braz
Presidente do Podemos RS
A comida virou artigo de luxo. O direito de escolher o que comer transformou-se no direito de não comer. Se está caro, volte amanhã. Compre menos. Não compre. Pronto, resolvido. Não é fome, é consciência cidadã o nome disso.
O preço da carne assustou Lula. Claro que assustou. Afinal, faz décadas que ele não pisa num supermercado. A diferença é que, enquanto o brasileiro sente a facada no bolso, o presidente transforma a desgraça em pedagogia desnecessária. Quer ensinar o povo a sobreviver – como se o brasileiro já não fosse PhD nisso. Mas, se há algo que realmente deveria assustá-lo, é o rombo fiscal crescendo na velocidade dos preços na prateleira.
O governo vende a ilusão de responsabilidade fiscal e progresso econômico. Anuncia com orgulho o aumento da arrecadação federal, como se isso fosse sinônimo de prosperidade. Mas a realidade não demora a aparecer: um déficit colossal e uma conta que sempre estoura nas mãos de quem menos pode pagar.
E, claro, a culpa nunca é do Planalto. O culpado é você, que não soube esperar a oferta da semana. É o comerciante, que “se aproveita” do aumento da renda para subir os preços – como se os preços não subissem porque o governo despeja dinheiro sem lastro, empurrando a inflação (com o tamanho de um elefante) pra debaixo do tapete até que ela vire o Monte Everest.
Só que o Planalto não apenas empurra a inflação: também empurra despesas para os anos seguintes, numa manobra contábil que joga a desgraça para o futuro. Sem truques fiscais, a conta do governo seria ainda mais impagável.
O país está gastando sem freios. E, neste ritmo, vai meter o pé no acelerador e chegar em 2026 como uma galinha d’Angola: muito barulho, pouca carne. A lógica é previsível: inflar a economia até a eleição e, depois, passar a fatura para quem vier – ou melhor, para quem ficar. Enquanto isso, o presidente aconselha os brasileiros a exercer o direito de não comprar comida, enquanto o mesmo povo banca as mordomias do Estado. O povo? Que aprenda a pesquisar melhor o preço do arroz.
Notícias relacionadas

A mulher na sociedade moderna
Do marco histórico até a presente data muitas foram as lutas e conquistas das mulheres

Por Artigos de Opinião

Desafios de atrair e reter a mão de obra sazonal
Indústria tem se mostrado comprometida em compreender esses desafios e buscar soluções eficazes para garantir a continuidade e o fortalecimento dessa força de trabalho essencial

Por Artigos de Opinião

Santa Cruz é uma cidade arborizada?
Artigo de opinião da arquiteta e urbanista Fernanda Antonio, mestre em Tecnologia da Arquitetura pela USP

Por Artigos de Opinião

Inteligência Artificial no marketing: uma ferramenta poderosa, mas quem detém as chaves são os humanos
Tecnologia não substitui a empatia, a sensibilidade, a criatividade e a capacidade de contar histórias envolventes
