SEGURANÇA

Após criança ser atacada por pitbull, adestrador comenta o caso e comportamento dos cães

Publicado em: 06 de novembro de 2024 às 17:11 Atualizado em: 06 de novembro de 2024 às 17:30
  • Por
    Emily Lara
  • Foto: Alexandre Ferroni/Reprodução
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    Ataque canino aconteceu no último sábado em Venâncio Aires

    Um ataque de um cachorro da raça pitbull ocorrido no último sábado (2), em Venâncio Aires, levantou discussões sobre a responsabilidade na criação e manejo de animais de grande porte. A vítima, um menino de cinco anos, estava dentro da residência da família quando foi atacado pelo cão, que teria pulado o muro da casa. A criança foi socorrida com ferimentos no rosto e na barriga e encaminhada para o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM).

    A reportagem do Grupo Arauto entrevistou Paulo Alexandre Friderichs Rosa, mais conhecido como Paulinho Adestrador, para entender o comportamento dos animais. Durante o programa Direto ao Ponto, da Arauto News, o profissional ressaltou a importância de um manejo responsável, especialmente em cães com grande força física como o pitbull. Segundo o adestrador, a falta de acompanhamento adequado pode aumentar os riscos de incidentes.

    “Indiferente do cão, eles têm que ter um manuseio corretamente. E pelo que eu vejo, na situação não teve. Inclusive, o cão estava solto, ninguém sabe quem é o dono. Como um cão desses vai estar solto numa via pública, sem um responsável?”, apontou Paulinho.

    O adestrador reforçou que a raça pitbull demanda cuidados específicos. “A grande maioria não sabe como criar um cão. Então, se as pessoas não sabem como criar um cão, é melhor você ter um pinscher, porque você não vai ter um problema grande. Se é uma raça que tem um poder muito grande, ela tem que ser bem manuseada para não acontecer essas coisas. Com certeza não foi bem manuseado corretamente”, afirmou.

    O profissional destacou também as características do pitbull, que é um animal conhecido por sua força e resistência. “Um pit pode matar uma pessoa, uma criança, brincando. Tu vai cansar e ele vai continuar te mordendo. É um cão muito forte. É um cão de combate, criado para combate. Porém, não é porque ele foi criado para isso, que ele não pode ser um ótimo cão. Hoje, o pit está sendo usado para cães de corrida, de exercícios, que acaba drenando aquela energia deles e fazendo um bem-estar para o cão e para o ser humano”, explicou.

    O adestrador também fez uma alerta quanto à educação dos cães domésticos, mesmo que dentro de casa sejam considerados dóceis. Segundo ele, é importante definir limites para garantir a segurança. “Amor faz parte de um trabalho, de uma educação, mas não é só isso. Eu já tive casos de cães que não eram maltratados, eram realmente muito cuidados e atacaram. A gente tem que entender que tem os outros aspectos que tem que ser trabalhados também. Amor é um deles, mas tem que ter disciplina, regras, exercícios e socialização para poder ter um cão seguro, que não vai machucar ninguém da tua família”, ressaltou.

    Outro ponto abordado por Paulinho foi a maior incidência de casos de ataques envolvendo crianças, devido à energia imprevisível que pode desestabilizar os animais. “A criança não tem uma energia constante e o cachorro não entende isso, porém ele pode ser trabalhado para isso. Por isso que é importante que se você tiver um cão, sempre educar com a criança, você mostrar limites e regras. Porque a criança uma hora está quase dormindo, daqui a pouco ela está correndo, gritando. Esses picos de energia podem irritar o cão”, concluiu.

    No episódio ocorrido em Venâncio Aires, a Polícia Civil deve instaurar uma investigação sobre o caso. Até o momento não há confirmação sobre quem seria o tutor do pitbull e onde o animal estava antes do ataque.