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“Nossa missão é mostrar o abandono”, diz criadora de ONG

Publicado em: 06 de agosto de 2017 às 18:06 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 15:18
  • Por
    Luiza Adorna
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Portal Arauto/Luiza Adorna
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    Domingo foi de feira de adoção, mas também de reflexão sobre quem não pode se defender sozinho

    Sol, chimarrão e sorrisos. No espaço Afubra, dentro do Parque da Oktoberfest, o clima foi de amizade e amor neste domingo (6). A Feira de Adoção do Abrigo de Animais São Francisco de Assis, em Santa Cruz do Sul, não ocorreu somente para que alguns dos 360 animais da ONG fossem adotados. Mas, também, como um modo de refletir sobre esse número. Em apenas uma das entidades da causa animal da cidade, 360 animais foram abandonados.

    Esse número não só entristece, como preocupa Fátima Garcia e Sandra Tolotti, idealizadoras do projeto. “Nossa missão é mostrar o abandono”, diz Fátima. Quase no final da feira, que durou mais de seis horas, apenas um cão adulto havia sido adotado. Porém, Fátima não se preocupa: Embora tenham muitos animais no abrigo, ela prefere esperar a entregar para qualquer situação. Sandra concorda: “Se aceitarmos uma adoção de risco, mais chances de precisarmos resgatar novamente”, destaca. Elas entrevistam o interessado e, dependendo do estilo de vida, a adoção não acontece. A ONG inclusive não aconselha adoções para quem mora de aluguel. “Um dos maiores casos de abandono ocorre na hora de uma mudança. Queremos evitar isso”, salienta.

    As voluntárias, que fazem seu trabalho pelo amor animal, ajudaram Fátima e Sandra como em tantas outras feiras. Uma delas é a artesã Maria Helena Allgayer que, sempre que pode, usa sua arte para produzir itens que possam ser vendidos em prol dos animais. Neste domingo, lá estava ela, empenhada em conseguir verba para colaborar com o abrigo.

    Amor com amor

    Quem também se esforça pela causa é o casal Elenice Menezes e Angelo Rodrigues. Tudo começou quando Dandara, cachorrinha de Elenice, faleceu aos 12 anos. O sofrimento foi complicado, como todo aquele por quem se ama. Porém, ela encontrou na adoção um jeito de suprir a falta de sua companheira. Na primeira vez, foram dois cães. Meio ano depois outro e assim por diante.

    O casal, que já tem seis animais no pátio, percebeu que o espaço já não era mais suficiente. Foi assim que decidiram usar um outro espaço, bem maior, dentro de seus corações. Agora, todo final de semana, participam das feiras de adoções realizadas pela ONG em diversos pontos da cidade. “Você têm que vir ao mundo com uma missão e nós encontramos a nossa”, diz. 

    ONG com 360 animais à espera de um lar, realiza feira de adoção