Defensoria Pública informou ao tribunal que o réu não vai depor, mas admite a culpa pelas acusações
Servo Tomé da Rosa, o réu acusado do assassinato de Heide, voltou a confessar nesta quinta-feira (6) os crimes apresentados na denúncia. A Defensoria Pública que representa Servo, através de Arnaldo França Quaresma Júnior, informou ao tribunal que o réu não vai depor, mas admite a culpa pelas acusações.
O julgamento, que está ocorrendo no Fórum de Santa Cruz, tem sido marcado pela apresentação de provas contundentes pela acusação, incluindo depoimentos de testemunhas e provas materiais coletadas durante a investigação. A delegada Raquel Schneider apresentou detalhes das descobertas.
De acordo com a responsável pelas investigações, registros digitais encontrados no celular de Servo indicam que ele esteve na casa de Heide em 2022. Os investigadores também encontraram um caderno pertencente ao acusado contendo anotações, incluindo referências ao hábito de Servo de levar as calcinhas sujas da vítima para sentir o cheiro. As anotações também revelavam premeditação, sugerindo que Heide sempre foi boa para Servo.
O feminicídio ocorreu em 8 de julho, quando Heide, de 63 anos, foi baleada enquanto caminhava pela Travessa Tenente Barbosa, no centro de Santa Cruz, por volta das 17h. Apesar de receber atendimento médico e ser levada às pressas para o Hospital Santa Cruz, ela não resistiu aos ferimentos e faleceu algumas horas depois.
Um dos momentos mais comoventes do julgamento veio durante o depoimento de um dos filhos da vítima, Franklin. Ele revelou que Heide vivia com medo constante, enfrentando ameaças ao longo do dia. Como resultado, ela se isolou cada vez mais, perdendo a vontade de viver. Heide tinha dificuldades para dormir e sentia-se constantemente vigiada, o que a levava a evitar sair de casa. "Minha mãe se sentia ameaçada e tinha medo de morrer", enfatizou.
Franklin também compartilhou que seu avô, pai de Heide, ainda se pergunta onde está sua filha, lamentando que, apesar de tê-la cuidado durante toda a vida, ela tenha encontrado um fim tão trágico. "Meus avós, mesmo idosos, alimentaram Servo. Ele não tinha o direito de tirar a vida da filha deles", disse, refletindo a profunda dor da família.
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