Cooperativa foi desenvolvida para legalizar comercialização do mel no Vale do Rio Pardo
Como forma de regular o trabalho de apicultores da região e a comercialização do mel, foi criada em 2019 a Cooperativa dos Apicultores Familiares do Brasil (Copromel) em Santa Cruz do Sul, que atende também associados de Vale do Sol, Sinimbu e Passo do Sobrado.
A ideia da cooperativa é expandir os trabalhos para os demais munícipios de abrangência do Conselho Regional do Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede). “Nós tínhamos uma associação sem fins lucrativos e com isso não era permitida a comercialização do produto. Conversamos com a Prefeitura de Santa Cruz e prosseguimos com a criação da Copromel”, disse o presidente da cooperativa, Lenio Augusto Trevisan.
A Copromel também foi fundamental na região para a regularização do preço e comercialização do produto. “O serviço de envasamento e fechamento de cargas é feito por uma empresa terceirizada de São Gabriel, mas até o final deste ano queremos estar com o nosso sistema próprio em nossa sede, em Linha Santa Cruz”, elencou. Através disso, o presidente frisou que será possível a comercialização do mel para fora do Rio Grande do Sul. “Adquirimos um veículo para fazer a venda na região, além de um levantamento de mercado nos municípios para nossa expansão”.
Antes de ser uma cooperativa, cerca de 20 apicultores já comercializavam o mel em suas comunidades, mas agora com a associação e projeto de expansão, se espera atingir mais 30 apicultores do Vale do Rio Pardo. “Assim poderemos participar de chamadas públicas, merenda escolar, presídio, e outras”.
Mais de 120 toneladas de mel na região
As abelhas produtoras de mel na região mais usadas pelos apicultores é da espécie Apis Mellifera, de origem europeia. De acordo com Lenio Trevisan, anualmente a Copromel contabiliza cerca de 120 toneladas de mel. “Devido a cooperativa, acreditamos que essa produção possa ser maior”.
Ele pontua que a mortalidade das abelhas é pequena. “Estamos com essa situação controlada, ainda registramos algumas mortes em virtude de agrotóxicos, mas a falta de manejo também causa a mortes dos insetos, por isso é importante o apicultor saber como lidar com a criação das abelhas, principalmente no inverno, onde elas precisam manter os ovos dos filhotes aquecidos em cerca de 30 graus, e isso diminui o enxame e produção nessa época”.
O presidente da Corpomel explicou que a região conta com duas floradas de produção de mel: uma em novembro e outra a partir de fevereiro. “Em novembro é uma florada mais fraca, pois as abelhas estão se recuperando do frio, já entre fevereiro e junho acontece um maior estoque de mel nas colmeias”.
O quilo do mel é vendido a R$ 12, em média, atualmente. Lenio Trevisan destacou que o consumo no Brasil é muito baixo, cerca de 60 gramas por pessoa anualmente. “Temos países em que esse consumo chega a 6 quilos por pessoa”.
Para quem é apicultor ou tem interesse em saber como se tornar um apicultor, Lenio Trevisan disse que a comunidade pode ir até a sede da Copromel na Avenida Prefeito Orlando Oscar Baumhardt, 4020, em Linha Santa Cruz, e receberá orientações junto à Emater.
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