Ela era companheira de Júlio Assmann Marder na época em que ele foi assassinado, em 2017
Está ocorrendo desde às 9h30min desta terça-feira (6), no Fórum de Venâncio Aires, o segundo julgamento dos quatro réus acusados da morte do bancário Júlio Assmann Marder. O crime aconteceu na madrugada de 27 de outubro de 2017, na casa da vítima, localizada no Centro da cidade.
São acusados Salete de Azevedo, companheira de Júlio Assmann Marder na época; Márcia Rejane Kist, amiga de Salete; Marcos Roberto Cottes Figueiró, namorado de Márcia na época; e Antônio Alcides Oestreich, contratado para matar a vítima.
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Ao longo da manhã, os réus se manifestaram e apresentaram suas versões para o crime. Companheira da vítima na época dos fatos, Salete de Azevedo, no entanto, pediu para ficar em silêncio, pois tinha medo de falar. "Por tudo que é mais sagrado, eu amo minha filha, minha mãe, e eu não sabia desse seguro." Salete se referia ao seguro de vida que Marder tinha e, conforme a acusação, seria o motivo do assassinato do bancário, uma vez que ela receberia 70% do valor. Os outros 30% seriam destinados a filha da vitima. Após, a acusada afirmou, novamente, que ficaria em silêncio.
Amiga de Salete, Márcia Rejane Kist, disse que frequentava a casa de Júlio Assmann com frequência, chegando a almoçar e jantar com ele e Salete. No dia do crime, Márcia esteve na casa do casal por volta das 19h. Conforme ela, teria ido devolver roupas que Salete vendia e que havia mostrado para colegas de trabalho. Após sair da residência, por volta das 21h, foi até a casa de Marcos, seu namorado na época. "Dei um beijo nele e voltei pra minha casa para ficar com a minha filha. Não tenho envolvimento com o caso, eu não faria isso."
Namorado de Márcia quando o crime aconteceu, Marcos Roberto Cottes Figueiró, negou envolvimento com os fatos. Ele ressaltou que estava em casa com a filha e que permaneceu no local. Em relação a Salete e Júlio, Figueiró ressaltou que conhecia apenas a primeira, que era amiga da namorada, mas não havia tido contato nem conversas.
Questionado pelo promotor Pedro Rui da Fontoura Porto sobre as 44 chamadas registradas em outubro entre ele o mecânico, Antônio Alcides Oestreich, também acusado de envolvimento no crime, Figueiró disse que algumas ligações eram para pedir conselhos sobre a compra de um futuro veículo. Já em relação as ligações na madrugada do crime, conforme apurado pela Polícia foram 13, o réu ressaltou que não falou com Oestreich. "Ele me ligou, mas eu não consegui atender. Liguei mas não consegui falar. Fiquei preocupado, achando que pudesse ter ocorrido algo."
O último a depor foi Antônio Alcides Oestreich, acusado de ser o executor do crime e de esfaquear Júlio Assmann Marder na cabeça, braço e tórax. Conforme a denúncia, ele receberia R$ 20 mil de Salete para cometer o assassinato. Residindo em Alvorada, o mecânico deu sua versão dos fatos. "A história não é essa. Eu tinha comprado um cavalo e depois de receber prêmios vendi ele para o Júlio", relembrou.
Após um período sem receber o valor, segundo Oestreich, ele foi até a residência de Marder para cobrar a dívida. "Cheguei lá, ele me recebeu e disse que ia buscar o dinheiro. Quando voltou, estava com uma faca e me atacou", afirmou. Neste momento, de acordo com o mecânico, ele e Marder teriam entrado em luta corporal. O réu disse, ainda, ter usado a faca que estava de posse da vítima para atacá-la. "Aí aconteceu o que aconteceu. Se eu pudesse mudar a situação, mudaria, porque sempre fui trabalhador, mas não tem como."
Após a fala dos réus, teve início o período de manifestação do Ministério Público, feita pelo Promotor de Justiça, Pedro Rui da Fontoura Porto. A previsão é de que o julgamento encerre no início da noite desta terça-feira.
O júri é presidido pela juíza Cristina Margarete Junqueira. A acusação é feita pelo promotor de Justiça, Pedro Rui da Fontoura Porto. A defesa de Salete de Azevedo é feita pelo advogado Ezequiel Vetoretti, de Santa Cruz do Sul; Márcia Rejane Kist e Marcos Roberto Cottes Figueiró são defendidos pelo advogado criminalista Gustavo Bretana, de Venâncio Aires; e a defesa de Antônio Alcides Oestreich está sendo feita pela advogada Bibiana do Espírito Santo, de Porto Alegre. E a banca do júri é composta por duas mulheres e cinco homens.
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