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Pressão de agricultores leva Banco Central a reavaliar políticas do Proagro

Publicado em: 06 de abril de 2025 às 07:47
  • Por
    Kássia Machado
  • FOTO: AFUBRA/REPRODUÇÃO
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    Informação foi revelada pelo deputado federal Heitor Schuch (PSB) em entrevista à Arauto News 89,9 FM

    Recentemente, o Banco Central recuou em sua posição quanto ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e está disposto a discutir mudanças no programa. A informação foi revelada pelo deputado federal Heitor Schuch (PSB) em entrevista à Arauto News 89,9 FM. A declaração do parlamentar veio após uma série de críticas e pressões por parte de agricultores e representantes do setor, que alegam que o acesso ao seguro rural vem sendo dificultado.

    Schuch propôs alterações no Proagro, destacando a importância de uma maior flexibilidade no programa, especialmente em regiões como o Rio Grande do Sul, que têm sofrido com secas recorrentes. O deputado citou o exemplo do zoneamento agroclimático, que deveria ser levado mais em consideração na definição das regras do seguro.

    Conforme ele, o Banco Central admitiu a necessidade de mudanças no Proagro. O programa teve redução no valor da garantia de renda mínima, o que prejudicou a capacidade dos produtores de se recuperarem de perdas causadas por eventos climáticos. “Como é que o agricultor vai fazer a passagem de ano mantendo família, pagando conta, água, luz e telefone, mantendo a propriedade com R$ 9 mil? Então esse foi o primeiro caso mais cruel que o banco fez, rebaixar essa garantia de renda mínima de R$ 40 mil nas culturas permanentes e de R$ 20 mil nas culturas anuais para R$ 9 mil. Esse foi, digamos assim, o golpe de misericórdia para terminar com o agricultor”, lamentou.

    O deputado também apontou para a questão dos acionamentos recorrentes como um fator que exclui muitos agricultores do programa. Ele argumentou que situações climáticas adversas, como granizos e secas, estão fora do controle dos produtores e não deveriam ser penalizadas com a exclusão do seguro. “Nós já tivemos municípios com dois decretos de emergência no mesmo ano, ou por intempérie, por chuva, por granizo, por calamidade ou seca. Essa contagem nos atrapalha por demais e aí o que acontece? O agricultor fica excluído”, destacou Schuch. Ele espera ainda que mudanças significativas sejam implementadas no Proagro até o anúncio do próximo Plano Safra.

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