Após mais de 130 horas desde a passagem do temporal do mês passado, aproximadamente três mil clientes permaneciam sem luz no Vale do Rio Pardo
A atuação da Rio Grande Energia (RGE) após o forte temporal que atingiu o Estado do Rio Grande do Sul no fim do mês de janeiro, foi alvo de fortes críticas na sessão da Câmara de Vereadores desta semana.
No ápice da tempestade que atingiu a região, ocorrida no dia 16 de janeiro, 714 mil clientes ficaram sem energia elétrica. Após mais de 130 horas desde a passagem do temporal, aproximadamente três mil clientes permaneciam sem luz no Vale do Rio Pardo.
Relembre: Mais de 130 horas após temporal, cerca de três mil clientes ainda estão sem luz na região
O vereador Alberto Heck (PT), iniciou o assunto destacando que a situação deixou claro que a privatização não resolve, pois acaba prejudicando o contato entre o cliente e a empresa prestadora dos serviços. “A falta de luz no nosso interior por 14 dias é uma demonstração de que muitas vezes a privatização acaba prejudicando, ou, no mínimo, não resolvendo problema nenhum, quando não agravando, porque cria mais impessoalidade e afasta o serviço da população. As pessoas não conseguem se comunicar com a empresa para solicitar a solução dos problemas”, disse.
Raul Fristch (Republicanos) contou que encaminhou um projeto de lei que obriga a concessionária a implantar um sistema de cabeamento subterrâneo em Santa Cruz do Sul. Ele afirmou que o serviço já está sendo implantado em outros municípios e que deve ser explorado também na Terra da Oktoberfest. “Por que Santa Cruz não pode? Nós podemos também”.
Bruno Cesar Faller (PDT) expressou sua indignação com a falta de respostas concretas para a comunidade. “É absurda a forma como a RGE tem atendido a comunidade aqui de Santa Cruz do Sul. Nós vereadores ficamos amarrados com essa questão, ouvindo as pessoas que ficaram oito dias sem luz. Como é que funcionou isso na casa de uma pessoa? Com equipamentos essenciais e até para a saúde? Simplesmente não davam resposta nenhuma.”
Outro ponto mencionado pelo parlamentar foi a dificuldade em conseguir uma comunicação direta com os representantes da concessionária. “Aliás, uma coisa impressionante é que não se sabe quem é o presidente ou diretor da RGE. Nunca apareceu. Isso é uma coisa incrível. Nem o governador consegue conversar com o diretor da RGE porque deve ser um ET, não aparece em lugar nenhum”, complementou Faller.
O Professor Cleber (União Brasil) relatou que também recebeu diversas demandas sobre a falta de energia elétrica e esteve junto, próximo aos moradores do interior, para apoiar e amenizar a dor dos produtores rurais.“ O que bastava muitas vezes para nós, era quando recebíamos uma ligação, fazer o amparo que a comunidade precisava”, disse.
Ilário Keller (PP) relembrou como a comunidade do interior sofreu e pontuou que as soluções deveriam ter sido mais ágeis, mas destacou que a situação se agravaria se os serviços ainda fossem estatais. “O pessoal aí que defende as estatais. Eu vejo que seria um terror se pegasse um temporal desse, seria muito pior”, afirmou.
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