Em Santa Cruz do Sul, o número de pessoas diagnosticadas com HIV é de 2.300
O Dezembro Vermelho marca uma grande mobilização mundial na luta contra o vírus HIV e a Aids, destacando a importância da prevenção, da assistência e da garantia dos direitos das pessoas infectadas. Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Arauto News, a coordenadora do Cemas (Centro Municipal de Atendimento à Sorologia), a enfermeira Micila Chiele, abordou temas como preconceito, diagnóstico precoce e o atendimento prestado pelo Cemas em Santa Cruz do Sul.
Conforme Micila, embora haja atualmente mais informações sobre o HIV, o tabu e o preconceito ainda persistem. “Acho que vamos levar uns bons anos para alcançar a redução e, quem sabe, o término do preconceito”, destacou.
A enfermeira também enfatizou a importância de um atendimento acolhedor no momento em que o paciente recebe o diagnóstico de HIV. No Cemas, por exemplo, a comunidade conta com acolhimento e suporte psicológico, conforme a necessidade de cada pessoa.
Nos últimos dez anos, o Brasil registrou uma queda de 25,5% na mortalidade por Aids. Apesar dessa redução, cerca de 30 pessoas ainda morreram por dia devido à doença em 2022.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 92% das pessoas em tratamento no país já atingiram o estágio de indetectabilidade, ou seja, quando o vírus não é mais transmissível e o paciente mantém qualidade de vida sem manifestar sintomas da Aids.
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Importância do diagnóstico precoce
Micila destacou que o diagnóstico precoce é fundamental. “Muitos pacientes chegam ao diagnóstico em estágios avançados, já com doenças oportunistas que poderiam ser evitadas. Isso pode gerar sequelas irreversíveis. Com o diagnóstico precoce, a pessoa inicia o tratamento antes de desenvolver essas doenças e pode levar uma vida praticamente normal”, ressaltou.
Atualmente, o tratamento do HIV é considerado simples. “Não é mais aquele coquetel com vários remédios. Hoje, a medicação é tranquila de usar, sem efeitos colaterais significativos. A pessoa toma apenas um comprimido por dia e realiza exames a cada seis meses”, explicou a enfermeira.
HIV em Santa Cruz
Em Santa Cruz, o número de pessoas diagnosticadas com HIV é de 2.300. Embora o número possa parecer alto, a enfermeira alerta que a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, para cada pessoa diagnosticada, existem outras quatro que não sabem que estão infectadas, não tratam e não acompanham sua saúde. “Muitos só são diagnosticados tardiamente porque não fazem testes de rotina”, completou.
Micila também destacou que o HIV pode levar, em média, até 10 anos para apresentar sintomas.
Diagnóstico e serviços do Cemas
O diagnóstico da infecção pelo HIV pode ser realizado por meio de testes rápidos ou laboratoriais que detectam os anticorpos contra o vírus, com coleta de sangue venoso ou por punção digital (ponta do dedo).
O Cemas oferece atendimento completo aos pacientes com HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Os serviços incluem acolhimento, atendimento de enfermagem, consultas médicas, coleta de exames, distribuição de medicamentos e acompanhamento psicológico.
O centro funciona de segunda a sexta-feira, das 7h45min às 11h45min e das 13h às 17h, com exceção das quartas-feiras, quando o atendimento encerra às 15h.
Às terças e quartas-feiras, também há atendimento noturno, das 17h30min às 20h30min. Nas terças, o foco é para exames de tratamento e acompanhamento. Já nas quartas, o atendimento é aberto à população em geral.
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