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Baixa adesão à campanha contra a gripe preocupa profissionais da saúde

Publicado em: 05 de junho de 2025 às 07:00
  • Por
    Kássia Machado
  • FOTO: PAULO PINTO/AGÊNCIA BRASIL
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    Movimento antivacina está entre os principais fatores que contribuem para a pouca procura pela imunização

    A baixa procura pela vacina da gripe e o atraso no calendário vacinal infantil e adulto no Brasil e na região têm acendido um alerta entre os profissionais de saúde. Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, a coordenadora técnica da área de Enfermagem do Serviço Integrado de Saúde da Unisc (SIS), Vera Somavilla, destacou o movimento antivacina e a falta de tempo da população como alguns dos principais fatores que contribuem para a baixa adesão à imunização.

    O alto índice de crianças com o esquema vacinal atrasado representa um sério problema de saúde pública, podendo favorecer o retorno de doenças anteriormente erradicadas, como o sarampo. Por outro lado, a profissional também alertou para a importância das campanhas de vacinação, como a da influenza. “A meta de cobertura é vacinar 90% da população. Ou seja, de cada 10 pessoas, nove deveriam estar vacinadas. No entanto, temos uma cobertura vacinal de apenas 32%. Isso significa que, de cada 10 pessoas, apenas três se vacinaram. Esse número é muito baixo e tem um impacto extremamente negativo na saúde coletiva”, salientou. Vera lembrou ainda que a vacina da gripe é atualizada anualmente, devido à mutação do vírus, o que reforça a relevância da vacinação em diferentes períodos.

    Segundo a coordenadora, um dos fatores que contribuíram para a queda na procura pela vacinação foi o movimento antivacina, presente em todo o mundo. “Participamos das campanhas de vacinação há 26 anos, e sempre houve grande demanda. As pessoas buscavam a vacina, demonstravam interesse e aderiam em massa. Mas agora, infelizmente, vemos um volume muito pequeno de pessoas procurando se vacinar, o que é muito preocupante”, lamentou.

    Outro ponto citado por Vera é a falta de disponibilidade de tempo da população para buscar a imunização. “Hoje, a maior parte das pessoas tem o tempo livre muito restrito. E as unidades de saúde, em sua maioria, funcionam apenas em horário comercial, justamente quando as pessoas estão trabalhando. Além disso, muitas crianças passam o dia em escolas ou creches, e, quando os pais vão buscá-las, os postos de saúde já estão fechados”, pontuou. Ela também reforçou a importância da vacinação contra o HPV, disponível gratuitamente para crianças e adolescentes na faixa etária de 9 a 14 anos.

     

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