Luciano Teixeira explicou processo de organização e ações realizadas ao longo do período

Defesa Civil acompanhou avanço da água nas diversas regiões do município | Foto: Reprodução/Prefeitura de Venâncio Aires
Venâncio Aires, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve 5.086 imóveis atingidos diretamente pela enchente de maio de 2024. Além disso, dos 68.763 habitantes do município, segundo dados do Censo, 8.618 foram afetados, o que equivale a 12,5%. Diante do número de famílias impactadas nos bairros da parte baixa da cidade, na região serrada e também nos distritos, em especial Vila Mariante, os órgãos públicos precisaram agir de forma rápida e ordenada.
As ações da Defesa Civil iniciaram ainda na segunda-feira, 29 de abril, quando uma forte chuva inundou ruas e havia alertas para alagamentos. Para o coordenador da Defesa Civil, que na época respondia ao Departamento de Trânsito, Luciano Teixeira, o trabalho foi desafiador, especialmente diante da intensidade da enchente. “As ações da Defesa Civil naquele momento foram desafiadoras, porque a gente tinha um evento climático, que a gente sabia que ia acontecer alguma coisa, mas não tão exorbitante como chegou em todo o Rio Grande do Sul e acabou assolando os municípios aqui aos arredores”, pondera.
Apesar da situação registrada nos Bairros União e Morsch, Teixeira destaca que as atuações se concentraram de forma mais pontual em Vila Mariante e nos outros distritos do interior, onde diversas famílias ficaram isoladas e precisaram ser retiradas de barco ou helicópteros. “Por conta da elevação do Rio Taquari, ali foi uma coisa que deixou marcas e as cicatrizes que vão ficar por anos, que não vão sair da lembrança dos venâncio-airenses e das pessoas que moravam lá no Mariente.”

Além dos processos administrativos, equipe da Defesa Civil também acompanhava o trabalho às margens da RSC-287 | Foto: Arquivo Pessoal
Atualmente secretário de Segurança Pública e coordenador da Defesa Civil, Luciano Teixeira explica que os profissionais atuaram no apoio e suporte ao Corpo de Bombeiros, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e aos voluntários. As ações se concentraram no gerenciamento e no repasse de informações a respeito de pessoas que necessitavam de socorro e as possíveis localizações. “Nós ficamos no monitoramento, porque todas as ligações e chamados vinham pelo telefone da Defesa Civil e para esses atendimentos acontecerem, a gente tinha que encaminhar o Corpo de Bombeiros e o pessoal que estava nos dando apoio ali no front, como se diz. Então a gente ficou na parte administrativa e também na contingência ali, dando apoio para o Corpo de Bombeiros”, ressalta.
“Foi um trabalho árduo, foram dias pesados”, avalia Teixeira. Para ele, a enchente de maio de 2024 trouxe uma lição principal: “tudo envolve o meio ambiente”. O profissional salienta que é necessário que a população tenha uma série de cuidados em casa, no trabalho e até mesmo na rua, porque tudo gera impacto e consequências. Ainda, para ele, só quem passou por um evento climático como o de 2024 consegue entender a importância da mudança de ações e da preservação do meio ambiente.
Ficou interessado e quer saber mais? Esse é um dos pontos abordados no podcast que o Grupo Arauto produziu sobre o primeiro anos das enchentes em Venâncio Aires. Ouça:
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