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Especialista explica origem de onda de calor que atinge o RS; confira

Publicado em: 05 de fevereiro de 2025 às 17:31 Atualizado em: 05 de fevereiro de 2025 às 17:32
  • Por
    Emily Lara
  • Colaboração
    Paola Severo
  • Foto: Reprodução/Freepik
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    Quaraí registrou a temperatura de 43,8ºC, a mais alta do estado

    O calor intenso tem sido o principal assunto nos últimos dias, e não é por menos. Nessa terça-feira (4), o município gaúcho de Quaraí registrou a temperatura de 43,8ºC, a mais alta do Rio Grande do Sul em mais de um século, desde 1910, quando começaram as medições regulares. Esse aumento da temperatura tem gerado preocupação, especialmente sob a ameaça do aquecimento global e as previsões de que os eventos climáticos extremos se tornem cada vez mais frequentes.

    Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, o professor e engenheiro agrônomo Marcelino Hoppe disse que uma variação de apenas 1 ou 2 graus de temperatura na média mensal já é suficiente para causar impactos significativos. De acordo com ele, a temperatura média de Santa Cruz do Sul aumentou de 19,3ºC para mais de 20ºC nos últimos 50 anos. No contexto global, desde a era pré-industrial, a temperatura do planeta aumentou cerca de 1,5ºC, o que tem provocado alterações nos padrões climáticos. No Rio Grande do Sul, a primavera e o verão estão mais chuvosos, enquanto o outono e o inverno apresentam menor volume de chuvas.

    O especialista atribuiu o calor deste ano ao fenômeno La Niña. Ele apontou que a redução das chuvas na região contribui para um aquecimento mais rápido do ar, o que aumenta as temperaturas. “Esse janeiro mais seco nos dá a chance do ar esquentar muito mais rápido do que se fosse num período chuvoso. No La Niña as temperaturas sobem mais, fica um verão um pouquinho mais quente, e o inverno, se fosse até o inverno, seria mais frio. Fica um clima parecido com o clima de deserto”, disse.

    Hoppe explicou ainda que o Rio Grande do Sul está enfrentando uma onda de calor, que ocorre quando a temperatura máxima é pelo menos 5ºC maior à esperada para o período durante cinco dias consecutivos. No início de fevereiro, a média de temperatura na região deveria ser de aproximadamente 31ºC, mas tem ultrapassado os 36ºC, confirmando a presença do fenômeno.

    Sobre a possibilidade de temperaturas ainda mais altas, o especialista esclareceu que não faz previsões meteorológicas, mas analisou dados do INPE e do INMET, indicando que chuvas podem ocorrer na quinta-feira (6) ou no próximo sábado (8). Caso confirmadas, essas precipitações devem amenizar o calor na região.