Falta de acessibilidade para pessoas surdas chama a atenção durante a campanha eleitoral

Com a campanha eleitoral para o pleito de 6 de outubro, a comunidade da região consumiu diariamente propagandas eleitorais nas telas da televisão e nas redes sociais, e uma coisa chamou a atenção: a falta de acessibilidade para as pessoas surdas.

Em entrevista a reportagem do Grupo Arauto, a rio-pardense Cláudia Barroso demonstrou sua preocupação com a dificuldade que a comunidade surda enfrenta para ter acesso à informação. “É fundamental que legendas e intérpretes sejam incluídos em todos os materiais de campanha, pois como posso decidir em quem votar se não entendo o que está sendo dito? Essa falta de acessibilidade demonstra desrespeito e falta de empatia”, destacou.

“Além disso, não se trata apenas das redes sociais e da TV. Ter intérpretes no palco durante os discursos dos vereadores é igualmente essencial. Imaginem como os surdos que vivem em Rio Pardo se sentem se não conseguem entender as mensagens. Como poderão exercer seu direito de voto?”, completou Cláudia.

Segundo a tradutora e intérprete de Libras, Cíntia Melissa Adam, muitos municípios pequenos, por não saberem a quantidade de surdos existentes em sua região, não entendem a necessidade de um tradutor e intérprete de libras. Porém, ela afirmou que esse processo deve ser respeitado, pois a democracia é para todos, e isso inclui garantir que todos os cidadãos tenham acesso às informações necessárias para tomar decisões conscientes durante as eleições.

“Mesmo em cidades com um número menor de habitantes, a inclusão de pessoas surdas é fundamental para garantir um processo eleitoral justo e democrático. Ao disponibilizar legendas e intérpretes de Libras, as campanhas garantem que pessoas surdas possam acompanhar os debates, propostas e informações dos candidatos da mesma forma que os demais eleitores”, explicou.