Temperaturas baixas enfraquecem pasto de qualidade e aumentam os perigos do consumo de vegetações venenosas
-A tranquilidade em que o gado normalmente rumina nos extensos pastos nem sempre é segura como transmite. Dentre os diferentes tipos de vegetações próprias para o consumo dos animais, as venenosas podem estar escondidas dos olhos dos criadores.
Recentemente, o médico veterinário – extensionista rural da Emater/Ascar, André Franck, encontrou em uma pastagem na região baixa de Vale do Sol as plantas mio-mio e maria-mole, altamente tóxicas e que podem matar com rapidez o gado que as ingerirem. Embora raras nas pastagens da localidade, o caso acendeu o alerta para que os pecuaristas tomem cuidado do que cresce junto aos pastos. Ambas foram removidas assim que detectadas.
Verde mortal
Conforme explica o veterinário, define-se como planta tóxica de interesse pecuário todas aquelas que podem ser ingeridas por animais domésticos de forma espontânea, das quais podem causas danos severos à saúde e até mesmo a morte. “Grande parte das plantas conhecidas como tóxicas não são palatáveis aos bovinos, que normalmente consomem em situações de pouca oferta de pasto de boa qualidade ou em campo com lotação acima do adequado, o que é bastante comum no Rio Grande do Sul nos meses de outono e inverno, ou então de estiagem prolongada”, salienta André. Ele destaca que os bovinos não são hábeis em selecionar o que é próprio e o que é impróprio para o consumo, e acabam ingerindo as vegetações que oferecem risco à saúde, especialmente quando a área em que os animais estão inseridos não ofereça outras opções. “Outras condicionantes são animais oriundos de diferentes regiões, que não conhecem determinadas plantas e acabam por chegar com fome e sede acentuadas após um transporte prolongado, diminuindo, ainda mais, a sua capacidade de seleção”, complementa. Segundo o veterinário, outras questões como distúrbios individuais ou carência orgânica também favorecem o consumo deste tipo de vegetação.
Maria-mole
Dentre as principais plantas tóxicas, destaca-se a “maria-mole”, um tipo de senecio, que causa intoxicação lenta e irreversível, provocando fibrose hepática. Os sintomas apresentados são emagrecimento, diarreia, ascite, tenesmo, protusão do reto e sinais nervosos, já na fase final. O curso clínico pode levar até 90 dias e eventualmente cruza com fotossensibilização. A morbidade varia entre 1% e 30% e a letalidade é praticamente 100%. “O ideal é que os animais tenham sempre pasto de boa qualidade e em quantidade suficiente para a lotação da área, especialmente no período de outono-inverno, quando a pastagem nativa está em declínio ou em dormência e a maria-mole está em brotação, tornando-se uma oferta verde aos animais, justamente quando é maior seu teor tóxico”, frisa o veterinário. Estima-se que 10% e 14% das mortes de bovinos são causadas por plantas tóxicas e metade delas é causada pela ingestão dos diferentes tipos de senecio.
Mio-mio
A intoxicação por mio-mio, por sua vez, ocorre principalmente em bovinos e menos frequentemente em ovinos e equinos. O problema surge, principalmente, quando há transferência de animais de pastagens livres desta vegetação para outras em que estão infestadas. Caso o animal tenha sido criado onde tem a planta, provavelmente não vai consumi-la. A ingestão de 0,25 a 0,5 gramas de peso vivo no outono em bovinos já é suficiente para desencadear a doença.
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