As carteiras e os blisters promocionais foram desaparecendo ao natural e hoje estão na mão de colecionadores. Eis aí uma tarefa de gincana
Nesta semana, as redes sociais pareciam gritar aos vera-cruzenses: faltam 60 dias para a Gincana de Vera Cruz. E como boa vera-cruzense e gincaneira de coração, volta e meia recupero neste espaço algumas relíquias. Desta vez, novamente com a valorosa contribuição do amigo Álvaro Werner, que nos brinda com seus achados para o Tempo do Epa.
Em tempos idos, o hábito de fumar era associado a um status, um charme, elegância e poder. Uma prática induzida pelas telas do cinema e mais tarde pela televisão, exibindo atores e atrizes fumando, um toque de classe, glamour. Recebiam cachês milionários para fumar marcas consagradas.
O cigarro invadiu até mesmo o esporte. Quem não lembra os carros da Fórmula 1 de Emerson Fittipaldi, Ayrton Senna e Nelson Piquet patrocinados por marcas de cigarro? Ou aquele “cowboy” famoso?
Ou aquele comercial que incentivava “ao sucesso”? Nos anos 60 e 70, nos bailes e jantares promovidos por clubes e entidades, as indústrias de cigarros da região ofertavam cigarros de brinde. As mesas eram reservadas antecipadamente, normalmente com quatro lugares. As pessoas, ao ocuparem a mesa reservada, eram brindadas com quatro carteiras de alguma marca famosa, com cinco cigarros cada, e duas ou mais caixas de fósforos ou blisters da mesma marca do cigarro.
A partir dos anos 80 o hábito de fumar começou a ser visto com restrições. Fumantes eram constrangidos a procurar “fumódromos”, que acabaram sendo extintos depois que o tabagismo foi proibido em locais fechados. O glamour do tabaco não resistiu ao processo de desconstrução imposto por medidas de preservação da saúde pelo mundo todo.
As carteiras e os blisters promocionais foram desaparecendo ao natural e hoje estão na mão de colecionadores. Eis aí uma tarefa de gincana. Quem ainda guarda estas relíquias? Garanto que muitos vera-cruzenses…