Médico cirurgião do aparelho digestivo Fábio Luiz Waechter, explica quais são os tipos de hepatites mais comuns no Brasil e as suas principais consequências
Muito comum em território brasileiro, as hepatites virais são consideradas um grave problema de saúde pública, não só no Brasil, como no mundo. Prova disso são os números de mortes causadas pela doença, que chegam a aproximadamente 1,4 milhão todos os anos no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associada às hepatites. A doença é caracterizada por ser uma infecção que atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Para falar um pouco mais dos tipos existentes da doença, o convidado do Arauto Saúde dessa semana é o cirurgião do aparelho digestivo Fábio Luiz Waechter.
Conforme o profissional, é preciso diferenciar os tipos de hepatite para que seja possível compreender como cada uma afeta o ser humano. O médico relata que a doença é um processo inflamatório instalado sobre o fígado. Entre os principais tipos, está a hepatite viral, causada pelos vírus A, B, C, D e E. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C, existindo com menor frequência, o vírus da hepatite D (na região Norte) e o vírus da hepatite E, que é menos comum no Brasil, sendo encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.
Sendo os tipos A, B e C mais frequentes no Brasil, Waechter destaca as principais características de cada uma. “A hepatite A é endêmica, assim, mais de 80% da população adulta, acima de 20 anos, já pegou. Ela é transmitida de forma maciça e ocasionada pela contaminação de fezes sobre objetos, líquidos, entre outros, que são colocados na boca. Uma forma de prevenção é a vacina. Em relação à hepatite B, ela ocorre de forma sanguínea, sexual e por objetos contaminados. O Sistema Único de Saúde (SUS) distribui a vacina contra a hepatite B de graça nos postos, tendo ela quase 100% de eficácia. Na hepatite C, a transmissão sempre será sanguínea, não existindo vacina para a doença, mas tendo medicamentos que curam a doença. Na maioria dos casos, não existem sintomas e o principal problema é que quando descoberto, já afetou consideravelmente o fígado através de um câncer”, salienta o médico.