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Diagnóstico precoce poderia evitar cegueira em cerca de 30 mil crianças

Publicado em: 03 de outubro de 2016 às 13:58 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 10:18
  • Por
    Luiza Adorna
  • Fonte
    Agência Brasil
  • Foto: Agência Brasil
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    Seria possível evitar pelo menos 70% das causas de cegueira e grave comprometimento visual infantil

    Retinopatia da prematuridade, catarata, toxoplasmose, glaucoma congênito e atrofia ótica são as principais causas de cegueira e baixa visão moderada e grave infantil no Brasil, isso é o que revela um levantamento produzido pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e publicado no livro Prevenção da Cegueira e Deficiência Visual na Infância, de autoria da pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Andrea Zin e da oftalmologista Keila Monteiro de Carvalho. No entanto, com a oftalmologia atual, pelo menos 70% das causas de cegueira e grave comprometimento visual infantil poderiam ser evitadas ou possuem tratamento efetivo.

    Para reverter este quadro é preciso um cuidado multidisciplinar com todos os profissionais que acompanham a mulher desde antes do nascimento até os primeiros anos de vida do bebê. “O primeiro passo é a realização de um bom pré-natal, para identificar e tratar doenças infecciosas congênitas, como toxoplasmose, herpes, citomegalovírus, sífilis e, mais recentemente, o Zika vírus”, destaca Andrea Zin. Segundo a especialista, no nascimento e ao longo dos primeiros anos de vida, a principal estratégia de triagem é a realização do teste de reflexo vermelho, popularmente conhecido como teste do olhinho. “Esse teste simples é feito pelo pediatra e obrigatório por lei e gratuito, há mais de 10 anos, em diversos estados brasileiros”, ressalta a pesquisadora.

    De acordo com o levantamento, aproximadamente 20% das crianças em idade escolar apresentam distúrbios oftalmológicos em decorrência de erros refracionais não corrigidos (ex: falta de óculos), estrabismo e ambliopia (diminuição da intensidade visual). “Dessas crianças, estima-se que 5% apresentem menos de 50% da visão normal”, destaca Keila Monteiro de Carvalho. Ainda segundo ela, diferente da pessoa que nasceu com a visão íntegra e, por diferentes causas, adquiriu a baixa visão na idade adulta, a perda da integridade do sistema visual nos primeiros anos de vida causa um grave impacto no desenvolvimento global, como problemas de autoestima, dificuldade de aprendizado e baixo desempenho escolar. Além disso, essa criança tem necessidade de educação especial e material adaptado.