“Tenho amigos em todos os lugares, mas os verdadeiros estão em Santa Cruz”, afirma zagueiro Claudinho

Um atleta santa-cruzense tem se destacado no cenário do futebol brasileiro nas últimas temporadas. Trata-se de Cláudio de Souza, o Claudinho, zagueiro de 32 anos que atualmente defende o Ituano, de São Paulo. Natural de Santa Cruz, o defensor nasceu e cresceu no Bairro Santa Vitória, e se interessou pelo esporte através de projetos sociais. 

"Passei toda minha infância no antigo Bairro Boa Esperança, que hoje é o Santa Vitória. Quando fiz 15 anos, saí da cidade e comecei a rodar pelo mundo para ir atrás do meu sonho. Desde então passei a morar sempre fora. Até voltei para a cidade quando joguei no Avenida, em 2018 e 2019, mas fora isso até hoje estou todos os dias pelo Brasil e mundo afora. Comecei na escolinha do Avenida, participei também da base do Santa Cruz, mas estive muito tempo em escolinhas de bairro, de projetos sociais mesmo. Fui uma criança que sempre onde tinha uma bola, eu estava no meio", relembra Claudinho. 

Antes de ser contratado pelo Ituano, o jogador estava no Al Diwaniya, do Iraque. O zagueiro também passou por outros clubes como Manaus, Juventude-RS, Cruzeiro de Porto Alegre, Ypiranga, Metropolitano-SC e Brusque-SC.

Claudinho carrega muitas experiências do mundo do futebol, mas ressalta que as verdadeiras amizades e os ensinamentos para a vida vieram da Terra da Oktoberfest. "Os principais ensinamentos é que eu nasci em um bairro humilde e sempre busquei correr atrás do meu maior sonho, que era ser jogador de futebol. Todo guri, principalmente de vila, de bairro, já nasce correndo atrás de uma bola, e comigo não foi diferente. Se corrermos atrás dos nossos sonhos, termos fé e acreditar, a gente consegue. Minhas amizades verdadeiras são de Santa Cruz. Meus amigos de infância eu tenho contato até hoje. Por conta da tecnologia, tudo ficou mais fácil. Sempre procurei manter o vínculo. Tenho amigos em todos os lugares, mas os verdadeiros estão em Santa Cruz", destaca. 

"Futebol é minha vida"

O santa-cruzense reconhece que o futebol lhe proporcionou muitas coisas, tanto na vida profissional quanto na pessoal. A dedicação e o amor pelo esporte desde a infância foram fundamentais para Claudinho alcançar seus objetivos. "Futebol é minha vida. Passei praticamente toda minha vida me dedicando a esse esporte. Desde criança sempre foi algo que algo que amei, sempre quis ser um atleta profissional. O futebol me deu muitas coisas, mas a coisa principal foi ser uma pessoa honesta, alguém que tenta fazer as coisas certas, sempre tentando ajudar o próximo. Sempre fui um cara de boa, tranquilo. Como saí muito cedo de casa, tive que me acostumar com muitas coisas e uma delas foi me virar sozinho e me orgulho disso", ressalta.  

Depois de muitas temporadas atuando no interior do Rio Grande do Sul, Claudinho reconhece a diferença de nível para o futebol disputado em São Paulo, por exemplo. "Acho que todo mundo sabe e concorda que São Paulo é o coração do futebol, onde tudo acontece. Realmente eles estão na frente dos outros estados. De qualquer forma, o Rio Grande do Sul evoluiu muito. Tive a oportunidade de jogar 10 edições do Campeonato Gaúcho, e vi muita melhora. A tendência é termos a cada ano que passa mais clubes qualificados e com estrutura. Fico feliz com isso porque sou gaúcho e sempre fico na torcida pelos clubes daqui. Quando eu parar de jogar, de repente posso exercer alguma outra função no futebol, então seria interessante termos mais clubes na vitrine do futebol nacional", disse o defensor. 

Momento de carreira

Há três meses no Ituano, Claudinho participou da classificação do clube contra o poderoso Corinthians, na Arena Itaquera. Na decisão por pênaltis, o zagueiro converteu a sua cobrança. "Acabei não fazendo a pré-temporada aqui, cheguei quase no início do Paulistão porque estava no Iraque. Foi uma competição bem difícil, oscilamos muito na primeira fase, tanto que chegamos no último jogo com risco de rebaixamento. Felizmente ganhamos uma partida decisiva e ainda conseguimos classificar. Aí fizemos um jogo épico contra o Corinthians, passamos nos pênaltis e logo em seguida tivemos um jogo difícil pela Copa do Brasil (Ituano classificou para a terceira fase da competição, também nos pênaltis, contra o Ceará)", explicou.

Logo na sequência, o time de Itu fez confronto contra o Palmeiras, na semifinal do Paulistão. "Tivemos uma semana muito pesada, fisicamente e mentalmente. Mesmo assim conseguimos suportar bem a equipe do Palmeiras, sabemos quanto é difícil jogar contra esse tipo de equipe. Mas saímos do Paulistão muito orgulhosos, sabendo que fizemos uma boa competição, ainda mais se tratando do Estadual mais competitivo do Brasil", comentou o santa-cruzense. 

O grande objetivo de 2023 é conseguir o acesso do Ituano para a Séria A do Campeonato Brasileiro. "É difícil, uma competição diferente, mas vamos trabalhar para isso", finalizou o atleta.