O Inter acordou do sonho. E o Grêmio despertou o pesadelo
O relógio se aproximava das 18h do último domingo (1º de dezembro) quando a Dupla Gre-Nal acordou. O Inter, do sonho do título brasileiro. O Grêmio, do pesadelo do quarto rebaixamento da sua história.
A derrota para o Flamengo, no Maracanã, o primeiro revés depois de 16 jogos sob o comando de Roger Machado, sepultou de vez as já remotas chances de título para o Inter neste Campeonato Brasileiro. Resta uma campanha de recuperação, depois de um início muito ruim de temporada, em que o clube sequer chegou à decisão do Gauchão e foi eliminado muito precocemente da Copa do Brasil e da Sul-americana. Resta a vaga direta à fase de grupos da próxima Libertadores. Mas resta, sobretudo, a sensação de que o Inter deixa pronta uma base, uma estrutura e tem iniciado um trabalho com boas chances de dar frutos em 2025. A chegada do técnico Roger Machado fez o grupo de jogadores, montado à custa de alto investimento, render, mostrar sua qualidade, deixar boa impressão e dar boas esperanças. No próximo ano, com pré-temporada, tempo e continuidade de trabalho o torcedor tem boas razões para acreditar na retomada das conquistas. A começar pelo Gauchão, em que o desafio é evitar o octacampeonato gremista. Mas muito focado nas grandes competições, a Libertadores, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. Depois de tudo o que viveu em 2024, o torcedor colorado termina o ano esperançoso.
A vitória sobre o São Paulo, combinada com a derrota do Criciúma e o empate do Bragantino, pôs fim, em definitivo, ao pesadelo de uma nova queda do Grêmio à segunda divisão. Com duas rodadas de antecedência o torcedor gremista respira aliviado, depois de um campeonato muito ruim. E termina, este mesmo campeonato, com a sensação de que é preciso zerar a conta, resetar a máquina e começar tudo de novo. Porque ainda que não tenha, individualmente avaliados os seus jogadores, um grupo tão ruim, o trabalho desenvolvido foi insuficiente e de muito má-qualidade. O Grêmio chega ao fim da temporada sem um time base e uma formação principal, sem um esquema e uma formatação tática, sem proposta ou estratégia de jogo, sem padrão e sem organização. O Grêmio tem uma das piores defesas do Brasil, sofrendo mais de 100 gols nos últimos dois campeonatos brasileiros. Seu ataque sempre dependeu mais de individualidades, do que de uma forma coletiva de trabalhar. Fisicamente o time sofre a cada jogo. E esta conta vai, inevitavelmente, para o técnico Renato Portaluppi e sua comissão. Cujo ciclo claramente se encerrou. O ambiente parece cada vez mais tenso, pesado e as coisas funcionam cada vez menos. É hora de fechar este capítulo e mudar quase tudo. Reconstruir e profissionalizar o departamento de futebol e seus processos, arejar a comissão técnica, ajustar o grupo. O Grêmio precisa. E pode muito mais.
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