O Grêmio voltou para casa e decepcionou com uma virada no apagar das luzes. O Inter venceu, convenceu e mostrou evolução
Amarga volta. O domingo, primeiro dia de setembro do ano de 2024, marcou a volta do Grêmio à sua casa. O reencontro com o seu torcedor, dentro da Arena. Ainda com limitações, com pouco público e um gramado ruim, mas de volta. O que tinha, no entanto, tudo para ser um domingo feliz, terminou com gosto amargo de uma derrota, com virada depois de estar vencendo por 2 a 0 e com o gol da derrota assinalado a 50 minutos do segundo tempo.
Retrato de Grêmio. A derrota para o Atlético MG, em casa e de virada, para além de ser muito lamentada, porque livraria uma distância grande da zona de rebaixamento e permitiria ao clube sonhar com algo maior no campeonato, é exatamente um retrato fiel do que tem sido o Grêmio nesta temporada. Um time que oscila entre a efetividade, a alta capacidade de competir e o bom futebol, e uma sequência de erros do treinador e dos jogadores dentro do campo. A derrota passa primeiro por um acerto corajoso do técnico gremista que, mesmo com um jogador a menos, não mudou nem recuou o time. Mas depois de abrir 2 a 0 fez alterações equivocadas, desorganizou e tirou ímpeto do time e chamou o adversário para o seu campo. Mas o mau resultado tem também a assinatura dos jogadores dentro do campo. Gustavo Martins foi expulso de forma inaceitável ainda antes dos 20 minutos da primeira etapa. João Pedro conseguiu a façanha de cometer dois pênaltis absolutamente desnecessários na mesma partida. Os jogadores saídos do banco, Nathan Fernandez especialmente, pioraram o time. E não houve uma única liderança capaz de arrastar e truncar um jogo que seguia com vitória até 47 minutos da segunda etapa. Uma derrota que é, portanto, a cara de um Grêmio inconfiável em toda a temporada.
Em evolução. Depois de quase dois meses de trabalho, enfim os conceitos e a filosofia do técnico Roger Machado começam a ser percebidas no time do Internacional. O exemplo mais recente, é o jogo contra o Juventude, em Caxias do Sul. O colorado simplesmente não tomou conhecimento do seu adversário. Se impôs, foi seguro defensivamente, teve a bola, atacou com jogadas trabalhadas, chegou a abrir 3 a 0 e mostrou uma evolução clara, com indícios de que o trabalho do treinador começa a ser assimilado e surtir efeito. Um trabalho que tem marcação alta, no campo do adversário, que tem jogadas pelos dois lados e um meio campo que funciona. O técnico colorado parece ter encontrado uma formação e um jeito de jogar. E as individualidades começam a crescer.
O que há com eles? Na dupla Gre-Nal deste início do mês de setembro, há dois jogadores que precisam ser cuidados e trabalhados. Porque sua capacidade técnica e sua entrega simplesmente desapareceram. No Grêmio, uma jovem aposta, Nathan Fernandez, a cada oportunidade em que entra em campo, piora seu desempenho, joga menos e se mostra mais disperso. No Inter, uma das estrelas, uma das grifes do time, Ener Valência, não marca um gol há quase dois meses, hoje é reserva do time e a cada entrada em campo, parece mais fora de sintonia, errando tudo que tenta. São dois jogadores, de patamares e momentos de carreira diferentes, mas que já demonstraram muita qualidade. Qualidade que simplesmente desapareceu. As razões precisam ser investigadas e é preciso esforço concentrado para tentar recuperar dois importantes ativos dos dois clubes.
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