Vivemos numa era de possibilidades infinitas. E isso, por mais incrível que pareça, também pode ser cansativo. Hoje temos acesso a tanta coisa — informação, escolhas, caminhos — que até decidir o que assistir numa noite comum pode virar um dilema.
Somos uma geração presenteada com o privilégio da escolha. Mas esse presente, às vezes, vem embrulhado em ansiedade. Porque quando tudo está ao alcance, a sensação de nunca estar escolhendo o suficiente pode se tornar um peso.
A gente vive como se estivesse num grande bufê: prato na mão, olhando em volta, com medo de errar na escolha — ou de perder algo melhor que ainda nem vimos. Essa inquietação nos prende. E de forma sutil, muitas vezes sem perceber, vamos nos sentindo estagnados.
Mas aqui vai um lembrete gentil: escolher é um ato de coragem. E também de aceitação. É reconhecer que, sim, ao dizer “sim” para um caminho, a gente diz “não” para outros. E tudo bem. Isso não é perda, é foco.
A felicidade não está em experimentar tudo. Está em viver com presença aquilo que escolhemos. Está em saborear o café enquanto ele ainda está quente. Em confiar que a nossa escolha tem valor — e que não é preciso espiar o prato do vizinho pra saber disso.
No fim das contas, o mais forte não é quem tem mais opções, mas quem tem clareza sobre o que quer viver e a serenidade de sustentar essa escolha.
Então, respira fundo, fecha o cardápio por um instante, e escuta a sua vontade genuína. Faça o seu pedido. Porque o arroz com feijão, quando feito com carinho, pode ser exatamente o que alimenta a alma.