A vida é marcada por muitos sentimentos, inclusive pela insatisfação. De uma certa forma, todos experimentam uma sensação de estar faltando algo, até mesmo quando aparentemente a pessoa possui tudo
Não é o muito que sacia e, sim, o essencial… A vida é marcada por muitos sentimentos, inclusive pela insatisfação. De uma certa forma, todos experimentam uma sensação de estar faltando algo, até mesmo quando aparentemente a pessoa possui tudo. O segredo está na descoberta do que realmente o ser humano necessita. As pessoas mais insatisfeitas normalmente não carecem de coisas materiais, mas de um significado. Os momentos prolongados de crise acabam revelando as profundezas do ser. A impotência diante de uma pandemia, por exemplo, é uma pequena amostra da fragilidade que iguala a todos, independentemente de classe ou de cultura. O mundo parou, talvez, para que houvesse um tempo suficiente para alcançar o essencial. A manutenção da aparência requer agilidade, habilidade e tempo. O cansaço e a frustração alcançam continuamente aqueles que vivem centrados em si mesmo, tentando aparentar o que não são. Para saciar a sede de vida e de amor, as buscas não podem ser resumidas na aquisição de coisas materiais. Para ser verdadeiramente feliz, algumas coisas são necessárias, mas nada pode substituir o amor ao próximo. As pessoas que se dedicam à solidariedade são alegres, leves e espontâneas. É claro que ninguém vive de vento, mas também não há a necessidade de materializar o coração, tornando-o indiferente diante das dores da humanidade. Quando todos reservarem um tempo para fazer o bem ao próximo, o essencial preencherá os vazios que andam corroendo mentes e corações. A vida é passageira, ficará somente o bem que cada um tiver feito. Não se trata de ações volumosas, mas de pequenos gestos que possam dizer ao outro, que está passando por dificuldades: ‘você existe para mim!’ O momento supõe coragem e capacidade de despir-se do orgulho e do individualismo para chegar ao âmago, lá onde o essencial faz acontecer o sentido da vida.