Júri desclassificou o crime de tentativa de homicídio contra Rodrigo Goetze, que havia sido acusado de tentar matar Uelington Mateus Pires em 16 de agosto de 2019
O júri desclassificou o crime de tentativa de homicídio que pesava contra Rodrigo Goetze, que havia sido acusado de tentar matar Uelington Mateus Pires em 16 de agosto de 2019, durante uma perseguição na Avenida General Flores da Cunha, no centro de Sinimbu. A sessão no Tribunal do Júri, no Fórum de Santa Cruz, ocorreu na tarde dessa quinta-feira (31).
A sessão foi presidida pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse, com o promotor de Justiça Flávio Eduardo de Lima Passos representando o Ministério Público, enquanto o advogado Arnaldo França Quaresma Júnior foi o defensor público que representou Rodrigo Goetze.
A acusação, liderada pelo Ministério Público, argumentou que Rodrigo tentou matar Uelington enquanto a defesa do réu admitiu a autoria do incidente, mas negou qualquer intenção de homicídio. Após análise das provas e dos depoimentos, o Conselho de Sentença, composto por quatro homens e três mulheres, optou por desclassificar a acusação. Diante da decisão, o caso retorna para análise do Ministério Público.
Uelington, de 24 anos, prestou depoimento durante o julgamento, revelando detalhes sobre sua relação com o acusado. Pires afirmou ser amigo de Rodrigo há aproximadamente dois anos, mas negou categoricamente qualquer envolvimento amoroso entre eles. Ele declarou que mantinha uma amizade com o réu e que eram próximos, inclusive sendo amigos da família, mas que nunca houve qualquer relacionamento afetivo.
"Quando ele bebia e usava drogas, ele falava para as pessoas que tínhamos uma relação afetiva. Mas nunca houve isso", afirmou Pires, esclarecendo que as insinuações do acusado eram infundadas. Ele também explicou que apesar das brincadeiras e comentários de outras pessoas sobre a proximidade entre eles, ele não dava importância.
Uelington relatou que Rodrigo demonstrou comportamento obsessivo, ameaçando-o e às pessoas ao seu redor por meio de perfis falsos em redes sociais. As ameaças incluíam mensagens como "sei onde tu mora e onde tu trabalha, vou te matar", disse a vítima. Segundo Pires, tais ameaças eram recorrentes, e o acusado chegou a atirar pedras em sua casa.
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O comportamento problemático de Rodrigo não se limitava às ameaças online. Pires afirmou que o acusado tinha o hábito de passar dos limites quando estava sob efeito de álcool e drogas, chegando a se envolver em acidentes automobilísticos, mas essa conduta era tão comum que não surpreendia mais.
Sobre a noite de 16 de agosto de 2019, a vítima relatou que só percebeu que estava sendo alvo de uma tentativa de atropelamento quando assistiu a um vídeo do incidente, pois estava usando fones de ouvido na ocasião. Uelington explicou que houve uma briga anterior com Rodrigo, mas que logo teriam resolvido suas diferenças. No dia do atropelamento, Rodrigo teria pedido para conversar, e Uelington, não o reconhecendo de imediato, seguiu seu caminho, momento em que ocorreu a tentativa de atropelamento em Sinimbu.
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