O Arauto Saúde desta semana conversa com o Dr. Marcelo Carneiro, médico infectologista para falar dos cuidados com as doenças provenientes do aumento das águas na enchente
O Arauto Saúde desta semana conversa com o Dr. Marcelo Carneiro, médico infectologista para falar dos cuidados com as doenças provenientes do aumento das águas na enchente.
Dr. Marcelo, hepatite, leptospirose, diarreias, dentre outras doenças vêm acontecendo em virtude das águas contaminadas na enchente. Quais são os cuidados e o que fazer quando sentirmos algo diferente?
O primeiro momento pode ser a enchente propriamente dita, questão de quase afogamento, contato com água. Em um segundo momento tem a limpeza dos ambientes, onde a lama, esse barro todo contaminado também pode causar doenças. E depois o pós-enchente, quando há doenças que podem acontecer 30 a 60 dias depois. Quantas doenças, por exemplo, na presença de febre, temos que descartar dengue, a gente tem que pensar em leptospirose, influenza como um risco de doença e a questão de água e alimentos contaminados, que é um risco real. Também tem a questão de alimentos doados, que podem estragar se não estiverem bem condicionados. Eles podem causar doenças se consumidos e também só de ficarem expostos.
Nesse sentido, o que você diria para a gente amenizar, conseguir evitar um pouco? Como podemos evitar estas contaminações?
O mais interessante seria que estes alimentos orgânicos estragados fossem enterrados, como os animais que morreram também deveriam. Isto serve apra não deixá-los expostos, porque o risco de transmissão é grande. Lembrar que a mosca, quando sentada num alimento contaminado ou num animal morto, só em sentar nesse lugar ela já pode levar bactérias que podem causar doenças, se sentarem num alimento, ou mesmo sentarem nas mãos ou no rosto de uma pessoa. Então, no caso de lugares onde não tem uma coleta seletiva adequada, que seja então enterrado.