SANTA CRUZ

Coomcat planeja expansão e maior inclusão dos catadores em 2025

Publicado em: 01 de janeiro de 2025 às 07:21
  • Por
    Emily Lara
  • Colaboração
    Eduardo Wachholtz
  • Foto: Eduardo Wachholtz/Grupo Arauto
    compartilhe essa matéria

    Objetivo é se reunir com o prefeito Sérgio Moraes e discutir sobre o trabalho que é realizado

    A Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (Coomcat) tem o objetivo de ampliar sua área de atuação e promover uma maior inclusão de trabalhadores no processo de reciclagem em 2025. Atualmente, a cooperativa atende 15 bairros do município, mas o plano é expandir para outras regiões.

    Segundo o coordenador administrativo da Coomcat, William Mendes, a cooperativa entregou um documento ao prefeito eleito, Sérgio Moraes, defendendo a coleta seletiva solidária com a inclusão de catadores. Agora, a intenção é discutir esses pedidos com a nova gestão,  “para que a gente consiga aumentar os índices de reciclagem e geração de emprego e renda com a inclusão dos catadores”, explicou.

    Mendes destacou que o modelo atual de gestão de resíduos prioriza limpeza, com 80% dos recursos voltados para essa finalidade. “A gente quer inverter essa lógica. A gente não quer só limpar, mas sim reciclar. Hoje só a cooperativa recicla. Para que a reciclagem aconteça, a gente tem um processo que é mecanizado, mas a maior parte dele é com a inclusão das pessoas, tem que ser triado. E é um processo, do ponto de vista mais apressado, que parece que é caro, mas não”, disse.

    Entre os planos da cooperativa está a criação de uma nova unidade no Bairro Esmeralda, que poderá incluir pelo menos 25 novos trabalhadores e ampliar os serviços para a área de limpeza. “Incluir os catadores na limpeza é fazer com que esse projeto de gestão se torne mais completo possível. Os catadores não vão misturar os resíduos. […] Tudo é uma combinação para que a gente consiga resultados melhores”, afirmou o coordenador.

    A Coomcat é responsável por uma área que atinge um índice de reciclagem de 15%. Contudo, quando considerado todo o município, o índice cai para 4%, “porque nos outros 21 bairros não há esse trabalho mais aproximado com a população que a cooperativa fez, continua fazendo e que é o que traz realmente os resultados. Além de que, na nossa análise, deveria ter mais dias repetidos fazendo essa coleta e campanhas mais focais para melhorar a quantidade de material recolhido”, apontou Mendes.

    De acordo com o coordenador, a Coomcat opera como um empreendimento de economia solidária, onde os associados participam de reuniões para decisões administrativas, financeiras e operacionais. Além disso, a cooperativa busca a inclusão sócio econômica, principalmente, dos catadores de materiais recicláveis. “Essas pessoas têm muita dificuldade de entrar no mercado financeiro. Aqui na região, o nosso mundo do trabalho é muito difícil”, concluiu.

    A coordenadora geral da Coomcat, Vera Lúcia Flores da Ros, afirmou que outro objetivo é a ampliação da conscientização ambiental nas escolas, para que as crianças aprendam desde cedo sobre a separação do lixo e os tipos de materiais recicláveis. “A cooperativa sempre busca tentar conscientizar mais a população. A maioria não conhece a cooperativa, não sabe quem é a Coomcat. Então, a gente busca fazer essas pessoas conhecer cada vez mais a cooperativa, o nosso trabalho e quem trabalha aqui. Isso é de suma importância”, finalizou.

    Ouça a entrevista completa: