Vereadora Bruna Molz registrou boletim de ocorrência e busca retirar a égua do dono
Um vídeo que circula pelos WhatsApp tem gerado indignação. A gravação veio a público após a vereadora Bruna Molz divulgá-lo, em seu próprio Facebook, no final da tarde desta quinta-feira (27). Nas gravações, um morador de Vale do Sol aparece supostamente praticando zoofilia – que é a prática de relações sexuais com animais -, com uma égua. Amigos gravaram as cenas e aparecem rindo enquanto fazem o vídeo. A postagem de Bruna foi apagada pelo Facebook ainda na noite de ontem, por volta das 23h. As cenas já tinham mais de 35 mil visualizações, mais de mil curtidas e 500 compartilhamentos.
Indignada com a situação, Bruna ainda na tarde desta sexta-feira (28) foi até Vale do Sol registrar um boletim de ocorrência. "Eu morei um tempo em Vale do Sol e tenho parentes lá. Como não há uma ONG de proteção aos animais, a comunidade acaba entrando em contato comigo, como ocorreu neste caso", fala. Ela comenta que o homem que aparece nas cenas abusando do animal é conhecido na cidade, inclusive pela vereadora. "É um vídeo que está circulando pelos celulares e a maioria das pessoas acha graça. Precisamos acabar com essa ideia de que no interior é comum ter relações sexuais com animais, isso é abuso, maus-tratos, coisa de gente doente", ressalta.
Nas imagens não é possível verificar, de fato, se o homem praticou o abuso ou simulou. "Sei que ele comprou esta égua e não é a primeira vez que abusa do animal, tanto que a comunidade toda sabe disso. Quem faz isso com um animal, pode muito bem abusar uma criança ou um idoso", comenta.
A vereadora quer que o animal seja retirado do dono e encaminhado para um local seguro, onde não sofra mais abusos, mesmo antes que o processo comece a correr na justiça. Ela vai ter a ajuda da ONG Cavalo de Lata, de Santa Cruz, para abrigar a égua.
Acusado já foi intimado e prestou depoimento
O acusado pelo suposto ato sexual e maus-tratos contra a égua foi intimado e ouvido nesta tarde, na Delegacia de Polícia de Vale do Sol. O escrivão Fernando Bittencourt explica que o rapaz, que já tem antecedentes criminais, negou o crime. Em depoimento ele afirmou que o suposto ato sexual foi uma encenação. O acusado disse que estava em companhia de outras quatro pessoas e que o animal seria de um dos rapazes. No entanto, disse não lembrar o nome do dono e o endereço. A DP fez duas diligências no intuito de encontrar o animal, mas não localizou as pessoas em casa para proceder um exame inicial.
A expectativa é que, na segunda-feira (31), sejam identificadas, intimadas e ouvidas as pessoas que aparecem no vídeo. Com isso, a polícia quer identificar o dono da égua e, com o apoio de um veterinário da Prefeitura local, fazer um exame superficial na égua para, pelo menos, constatar se, de fato, houve algum tipo de maus-tratos. Em caso de confirmação de crime, a ideia é recolher o animal com autorização do dono ou sob via judicial. Se isso ocorrer, a ONG Cavalo de Lata, de Santa Cruz do Sul, é parceira para ser fiel depositária e cuidar do equino.
Confira mais na edição do Jornal Arauto deste sábado (29).
Lei
Como ainda não existe uma legislação específica para o crime, Bruna explica que zoofilia pode ser enquadrada como maus-tratos, presente na lei federal 9605, no artigo 32, com pena de três meses a um ano de detenção.
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Já tramita na Câmara dos Deputados, desde 2010, proposta que prevê pena de detenção, de um a três anos, e multa a quem comete ato de zoofilia ou bestialidade (prática de atos libidinosos contra animais).
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