Familiares da vítima, assassinada em março de 2016, fazem concentração em frente ao Fórum de Santa Cruz do Sul
Começa às 9h30min desta quarta-feira (31), o júri popular de Deivid Andriel de Mello, Dedê, de 25 anos, acusado pela morte do promotor de eventos Joângelo Martin, 33 anos, o Beertin. O acusado também responde pelos ferimentos de Guilherme Martins dos Santos, 24 anos, e Gustavo Martins Schwuchow, 19 anos. O júri inicia às 9h30min, no Fórum de Santa Cruz do Sul, onde familiares de Beertin fazem uma manifestação pacífica com cartazes clamando por justiça. A sessão será presidida pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse. Dedê está preso desde abril do ano passado, quando foi localizado pela Polícia Civil em Cachoeira do Sul.
Beertin foi morto em 27 março de 2016, em frente ao Salão Paroquial de Passo do Sobrado, quando tentava conter uma briga. Ele foi atingido por disparos de arma.
Em vídeo para o Portal Arauto, a irmã de Beertin fala do desejo por justiça. "Meu irmão não voltará mais, mas outras famílias não podem ter a sua vida destruída", relata Catiussa Martin. Ela também defende que "pessoas que não sabem viver em sociedade tenha a devida punição". Segundo Catiussa, o irmão foi morto quando tentava pacificar uma briga com a qual não tinha envolvimento.
Amigos e familiares do réu também pedem por justiça, como Ismael Santana: "Queremos um julgamento justo, que ouçam as duas partes, que não venham a pré-julgar o nosso amigo. Queremos somente justiça e que não venham punir uma pessoa que não é culpada". São cerca de 30 pessoas reunidas em favor de Deivid Andriel de Mello.
Uma das vítimas, o militar Gustavo Martins Schwuchow, relatou ao júri que tudo começou com uma desavença dentro de um baile, quando um grupo de amigos do acusado começou com agressões. Um segurança da festa teria acalmado a situação, colocando todos para fora do salão, e alertado para o risco da briga. Disse que quando estava do lado de fora do salão viu uma mulher ir até o estacionamento e entregar um revólver para o acusado.
A partir teria corrido contra a vítima efetuando disparos. “Foi em direção ao salão e efetuou mais de dez disparos”, frisou. Afirmou que estava no hospital e viu que seu primo também havia sido baleado, da mesma forma que soube que havia uma vítima fatal, Jôangelo, o Beertin. Com os disparos, Gustavo relatou que seu primo perdeu a audição, parte da visão e teve o rosto deformado.
Na sequência prestou depoimento a outra vítima, Guilherme Martins dos Santos. Emocionado, ele relatou não lembrar do ocorrido e disse que sabe por familiares que passou 17 dias em coma.
Responsável por investigar o caso, o delegado titular da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas, Luciano Menezes, relembrou o alguns dos depoimentos obtidos no curso das investigações. "Uma testemunhas que estava trabalhando na copa relatou que após ouvir os disparos foi até uma janela e viu o momento em que o Deivid efetuou um disparo contra a cabeça de uma das vítimas, que já estava caída no chão", disse. Ainda conforme Menezes, outros fatores no curso das investigações comprovaram que os disparos foram efetuados por Deivid. Ele ainda relembrou uma versão apresentada por amigos do acusado, que dizem que o autor dos disparos foi um adolescente, que estava com o grupo na mesma festa e teria iniciado a confusão dentro do salão. Para o jovem assumir a autoria do crime, um grupo ligado ao acusado teria oferecido dinheiro. "Fomos procurados por pessoas de Venâncio Aires (de onde Deivid é natural) e essas pessoas nos relataram saber o adolescente foi procurado para assumir a autoria e em troca receberia um alto valor em dinheiro", conta o delegado.
O réu começou a ser ouvido por volta do meio-dia. Dedê alegou não ter atirado contra Bertin e contra Guilherme. Assumiu, somente, ter efetuado disparos na direção de Gustavo.
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