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  • Por
    Maiquel Thessing
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    Legado, continuidade e amor: a história dos 30 anos do Costaneira

    Publicado em: 18 de dezembro de 2020 às 19:48 Atualizado em: 23 de fevereiro de 2024 às 07:52
    Foto: Divulgação
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    Restaurante flutuante fica em Rio Pardo, mas é admirado por toda a região dos Vales

    O endereço é Rio Pardo, ao pé do Rio Jacuí. O restaurante Costaneira, que completa 30 anos no dia 27 de dezembro, atravessou limites no decorrer das décadas e conquistou toda a região dos Vales. Com o sabor inconfundível da traíra, o som ambiente das águas e da mata, o estabelecimento flutuante afundou suas raízes naquela localidade e ali, para a alegria dos apaixonados pelo Costaneira, deve ficar.

    Tudo começou há três décadas, quando os pais de Eron Cristiano Wilges deixaram Venâncio Aires para tentar a sorte em um negócio. Pulo certo. Desde a primeira venda de traíra enrolada, sem prato ou espaço para sentar, o Restaurante Costaneira desenhava-se na areia do Jacuí. Em 1994, após o estabelecimento ganhar algumas saladas e louças, a obra do flutuante iniciava. Afinal, Seu Adelmo Francisco – pai de Eron – sabia que era preciso manter o negócio mesmo nos períodos mais difíceis, como nas enchentes que – por vezes – batiam na porta.

    Foram seis anos de obra até a inauguração em 2000. Seu Adelmo e a esposa Maria Nilza Pereira criaram os três filhos junto ao rio, sobre a empresa flutuante da família e assim muito inspiraram todos eles. Quando chegou 2007, Seu Adelmo faleceu, Maria Nilza aposentou-se e o Restaurante passou a ser administrado pelos filhos. "O nosso segredo é a continuidade", destaca Eron Wilges. Ao lado do irmão Samuel, o empresário manteve os costumes, o modo de fazer e o talento do pai em bem receber pessoas.

    Não apenas clientes, mas também funcionários. Colaboradores que Wilges prefere chamar de amigos. Família. Quem chega no Costaneira, por exemplo, irá se deparar com o talento gastronômico de dona Leci, que há 17 anos fez a papinha do primeiro filho de Eron. No local, não tem rotatividade, nem oxigenação de pessoas. Há compromisso em fazer os responsáveis pelo restaurante dar certo, cada dia, mais felizes. "Meu negócio tem vida própria e depende dos meus funcionários. Então, eles precisam estar bem. Meu pai pensava exatamente assim", salienta.

    E é por esse zelo que, quando a pandemia chegou, nenhum dos 26 funcionários foram desligados. "Assumimos o compromisso de chegar lá no final, todos juntos. Não estou aqui só por dinheiro", diz. Afinal, o Costaneira é mais do que um tradicional restaurante da região, mais do que o negócio da família Wilges. É o lar de muitas e muitas pessoas que acreditam no potencial do lugar e que trabalham com paixão. "Esse local é o casamento do simples com a água, num ambiente arborizado e com atendimento humilde e humanizado", traduz. 

    Com aproximadamente dois mil quilos de peixes por mês, o Restaurante Costaneira atende há 30 anos e transforma-se em parte da gigante trajetória histórica de Rio Pardo. O cardápio atrativo também contempla porções, fritas e uma caipirinha que só quem prova consegue descrever. Em um espaço simples, a família Wilges recebe pessoas de toda a região sobre seu restaurante flutuante, que vão embora já querendo retornar. O estabelecimento fica aberto das 11h às 14h e das 19h às 22h, de segunda a domingo de meio-dia. Afinal, durante a noite, é hora de cada funcionário estar com suas famílias. Coisa que, com certeza, seu Adelmo muito se orgulha.