Geral

Uma jovem poeta de Vera Cruz: Amanda compartilha sua poesia

Publicado em: 19 de maio de 2024 às 18:00
  • Por
    Paola Severo
  • Fonte
    Jornal Arauto
  • Aos 15 anos, Amanda se destaca na produção de poesias e sonha em cursar jornalismo | Foto: Paola Severo
    compartilhe essa matéria

    Uma jovem poeta vera-cruzense desponta nas redes sociais. Aos 15 anos, Amanda Gabriele Schmidt compartilha os poemas de sua autoria enquanto já planeja um trabalho com a escrita, no jornalismo. A estudante atualmente está cursando o primeiro ano do ensino médio na Escola Anchieta, mas já decidiu a profissão que pretende seguir após cursar a faculdade.

    A jovem relata que o gosto pela escrita veio durante as aulas de produção de texto. “A professora passava um tema que a gente tinha que usar a criatividade para escrever sobre, só que eu nunca tinha parado para pensar que isso realmente me fazia bem ou que eu pudesse ser boa de verdade nisso”, explica.

    Foto: Paola Severo

    Os primeiros poemas eram mais curtos e nem sempre conseguiam expressar tudo que ela queria dizer, mas com o tempo ganharam um novo perfil, abordando seus sentimentos e pensamentos. “Comecei a escrever não só sobre coisas que sinto, mas que eu via outras pessoas passando, ou que via na história de algum filme ou alguma música que pudesse passar. Eu nunca achei que as pessoas um dia fossem ver ou que um dia fossem gostar do que eu escrevo”, admite.

    Confira também: Concurso premia poesias e desenhos em Vera Cruz

    Os poemas escritos no celular foram enviados para os amigos, que opinavam sobre os textos e deram confiança para que Amanda continuasse escrevendo. Com o tempo, ela criou coragem de criar uma página no Instagram só para postar suas poesias. O objetivo não era ter um perfil famoso, apenas dividir o trabalho autoral com amigos e conhecidos e manter um registro. Com os compartilhamentos, mais pessoas passaram a se identificar com as poesias e seguir. “Eu acho que no fundo o que eu estava procurando era isso: alguém se identificar com o que eu estava escrevendo”, frisa.

    Foto: Paola Severo

    No tempo livre, a adolescente gosta de assistir filmes e séries e não deixa de acompanhar futebol. “Eu torço pro Grêmio, então todos os jogos eu olho com meu pai. E eu também acompanho bastante futsal, que eu vou com amigas minhas em jogos e torço”, comenta. Por isso a vontade é de estudar jornalismo, para se especializar como repórter esportiva e ter a chance de escrever colunas e entrevistar os jogadores.

    Inspiração

    Um hábito que retornou durante a pandemia, em 2020, foi a leitura. Amanda se diz apaixonada pela leitura desde pequena, e retomou o hábito ao ser incentivada por vídeos de leitores. Ela indica suas autoras favoritas: Taylor Jenkins Reid e Colleen Hoover.

    Já as inspirações na poesia que ela recomenda são duas escritoras americanas e um brasileiro. A primeira é Rupi Kaur, autora de O Que o Sol Faz Com as Flores, Outros Jeitos de Usar a Boca e Meu Corpo Minha Casa. “Ela tem textos que eu fiquei admirada quando eu li e que eu me inspiro para criar meus poemas”, conta. A outra é Amanda Lovelace, autora de A Princesa Salva A Si Mesma Neste Livro, Quebre os Sapatinhos de Cristal e A Voz da Sereia Volta Neste livro.

    Ela destaca ainda a obra do escritor paulista Igor Pires, autor de Textos Cruéis Demais para Serem Lidos Rapidamente. “Fui pesquisar mais, saber sobre a vida dele e eu descobri que ele sempre foi apaixonado por escrever, desde quando era adolescente. Então ele procurava refúgio nas palavras e conseguiu que sua profissão fosse o que sempre amou. Então eu me inspiro bastante nele”, disse.

    Abaixo, confira na íntegra dois poemas de autoria de Amanda Gabriele Schmidt. Acompanhe o trabalho da poeta pelo Instagram no perfil @poesia.ags.

    Confira dois poemas:

    Vó,
    Hoje foi um dia em que a saudade apertou.
    Onde cada lugar que eu olhava, havia lembranças de ti.
    As memórias que ficaram comigo,
    são as que mais doem,
    de um passado recente,
    onde te encontrava e a alma respirava.
    Vivências que pareciam eternas,
    quem diria que o fim estava a caminho.
    Me lembro da última vez que te vi,
    última vez que consegui te tocar.
    A dor de perder alguém,
    A dor de perceber que ela não vai voltar,
    entender que isso nunca vai curar.
    Aprendi que seja lá o que acontecer,
    o tempo nunca vai me fazer esquecer.
    E no final de cada dia, vou olhar pro céu,
    e em meio as estrelas, a encontrarei.

    Aquele dia eu te olhei, observei tudo,
    estava memorizando,
    se o acaso um dia,
    não nos permitisse mais estar juntos.
    Cada detalhe teu eu sei,
    cada versão tua eu conheci.
    Foi real?
    Isso eu não sei.
    Mas eu senti.
    Olhar pra ti era sinônimo de sorrir,
    mas e daí?
    Foi preciso se afastar,
    deixar a emoção passar,
    fazer de tudo pra superar.
    Mas eu sei o tanto que eu fiz,
    o tanto que eu tentei,
    quem sabe o destino vá nos encontrar?
    Olhei pra ti como um mapa,
    decorei todas as tuas linhas.
    O nosso amor foi uma loucura linda,
    interrompido por uma vírgula,
    mas as histórias não terminam assim,
    então quem sabe o que será de nós no fim?

    Leia mais: Noite Poética valoriza artistas locais em Santa Cruz