A justa causa deve ser uma causa também da liderança

A pandemia de Covid-19 trouxe uma série de desafios emocionais para muitos indivíduos, afetando não apenas suas vidas pessoais, mas também seu desempenho e bem-estar no local de trabalho. À medida que as empresas começaram a se recuperar e a se adaptar à nova realidade pós-pandemia, notou-se um aumento expressivo de demissões por justa causa. Para você ter uma ideia, o número de demissões desse tipo foi um dos maiores na sequência histórica. O que está acontecendo para que profissionais dos mais diversos segmentos tenham seus contratos encerrados dessa maneira? É essencial entender a pandemia deixou marcar profundas na maneira que nos relacionamos, aumentando a incompreensão e diminuindo a empatia nas relações.
Sabemos que os problemas emocionais, como ansiedade, estresse e depressão, podem ter um impacto significativo no desempenho e na produtividade no local de trabalho. Funcionários que estão lidando com esses problemas podem ter dificuldade em se concentrar, tomar decisões, e principalmente se relacionar com colegas e superiores, o que pode resultar em erros no trabalho e em um ambiente de trabalho mais hostil e menos colaborativo.
Além disso, os problemas emocionais também podem afetar a retenção. Funcionários que se sentem sobrecarregados ou insatisfeitos com seu ambiente de trabalho podem procurar oportunidades em outros lugares, levando a uma rotatividade mais alta e custos adicionais para a empresa. Temos visto nos últimos dois anos um grande aumento de funcionários postando suas insatisfações com as organizações em redes sociais, fato que leva um grande descontentamento das lideranças e a demissão por justa causa muitas vezes.
Nós, como líderes, não podemos ver esse número e tudo isso que está acontecendo e responsabilizar as pessoas sem nos dedicarmos a ajudar a resolver ou amenizar esse problema. As empresas e líderes desempenham um papel fundamental na promoção da saúde mental no local de trabalho e na redução do número de demissões por justa causa relacionadas a problemas emocionais. Isso pode incluir a implementação de políticas e programas que visam apoiar o bem-estar emocional dos funcionários, como programas de apoio, treinamento de gestores e promoção de uma cultura de bem-estar.
Profissionais também têm um papel importante a desempenhar na gestão de sua própria saúde mental e na busca de apoio quando necessário. Isso pode incluir buscar ajuda profissional e comunicar-se abertamente sobre suas preocupações no trabalho.
Ao reconhecer a importância da saúde mental no local de trabalho e implementar políticas e programas que visam apoiar o bem-estar emocional dos funcionários, as empresas podem ajudar a reduzir o número de demissões por justa causa relacionadas a problemas emocionais. Da mesma forma, os profissionais devem buscar apoio quando necessário e adotar práticas de autocuidado para promover sua própria saúde mental e bem-estar. Ao trabalhar juntos, profissionais e empresas podem criar ambientes de trabalho mais saudáveis, resilientes e produtivos para todos.