Samuel e Rafael Jost plantam juntos cerca de 500 hectares de soja. Safra atual promete ser melhor que as anteriores
O outono que se avizinhou nas últimas semanas trouxe consigo a colheita de umas das principais culturas da região e do Rio Grande do Sul: a soja. Diversas famílias vera-cruzenses, inclusive, já começaram a colher os grãos nos últimos dias e as expectativas estão grandes em relação à produção.
Grande produção
Apesar do tempo instável, a lavoura de soja de Samuel Jost, plantada em parceria com o irmão Rafael, deu bons resultados. A propriedade de 500 hectares começou a ser colhida na última semana e se mostra promissora. “Na quantidade de hectares que colhemos até agora, estamos satisfeitos, por enquanto as expectativas são altas”, projetou Samuel.
O agricultor destaca que o início do plantio, ainda no ano passado, foi problemático, devido ao volume de precipitações. “O excesso de chuva atrapalhou bastante. No começo, não foi possível ter continuação direta na plantação, houve atraso no plantio, já que não haviam dias de sol. Porém, com a continuidade da chuva, após o plantio, a produção ficou boa. Tivemos perda no início em algumas áreas plantadas, quando houve chuva muito forte. Nesta, tivemos que fazer o replante”, explicou o agricultor.
Outros pontos colaboraram para uma grande produção. A umidade do solo foi algo avaliado com destaque por Samuel. “Foi bom. A adequação do solo sempre exige que algumas áreas sejam corrigidas, principalmente com calcário. Mas no geral, a umidade foi colaborativa”.
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Plantadores de soja desde 2012, portanto, na 13ª safra, Samuel e Rafael não enxergam o preço da saca em um desfecho positivo, apesar da alta produção. “Está bem abaixo do esperado. O custo de produção está muito elevado”, lamentam os irmãos.
Pragas e insetos não foram uma grande problemática, mas sim algumas doenças na planta. “O controle de insetos foi fácil. O que atrapalhou mesmo foram algumas enfermidades, como a ferrugem asiática, que prejudica o desenvolvimento dos grãos”, frisou Rafael.
A ferrugem asiática, citada pelos irmãos, é uma doença causada por um fungo, cujos poros são disseminados pelo vento. Conforme explica o engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater de Vera Cruz, Alberto Evangelho Pinheiro, o clima da última safra foi propício para a proliferação deste fungo, ao considerar a pluviosidade e as temperaturas quentes. “Uma vez que ele inicia a infecção, ele vai colonizar o tecido da folha da planta, vai formar uma estrutura reprodutiva e vai formar novos esporos que vão seguir recontaminando a área. Ela é uma doença que causa perda de área foliar, ou seja, ela vai diminuir a área de fotossíntese da planta. Quanto maior a infecção, maior a perda de área foliar e, em detrimento disso, maior a perda de fotossíntese. Então a planta acaba perdendo capacidade produtiva e essas condições acabam tornando a doença uma das mais importantes dentro da cultura da soja”, pontuou Pinheiro.
Hora da colheita
Se o plantio da soja sofreu com atrasos devido aos dias consecutivos de chuva, a colheita tem sido diferente. Com o tempo mais seco até então, ir para a lavoura tem se tornado mais viável para os agricultores. “O processo ainda está no início, mas por enquanto o tempo tem colaborado bastante”, comemorou Samuel. A expectativa dos irmãos é que 65 sacas de soja sejam colhidas por hectare.
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