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Elas ensinam que vontade de aprender não tem idade


Fonte: Jornal Arauto
Publicado 10/08/2018 16:00
Atualizado 10/08/2018 16:24

Geral   LONGEVIDADE

Neste sábado, 11 de agosto, é comemorado o Dia do Estudante, data em que no ano de 1827 foi autorizada a criação das duas primeiras faculdades do Brasil, pelo então imperador Dom Pedro I. Hoje em dia, o Dia do Estudante é lembrado nas escolas de todos os níveis de ensino. Mas, sobretudo, valoriza todos aqueles que se dedicam a aprender. Como as inseparáveis amigas Leonora Hoff, de 81 anos, e Maria Elpídia Haas, de 88. Elas não frequentam mais a sala de aula, pelo menos não as convencionais, nas escolas. Mas mostram que são estudantes porque possuem sede de conhecimento. Neste ano, elas resolveram aprender a mexer no computador, a tocar violão, a dançar, a cantar. Elas querem aprender. Neste Dia do Estudante, dona Leonora e dona Elpídia mostram que não tem idade que pare quem almeja conhecimento.

Esta é a história de duas aprendizes, mas também de duas grandes amigas. Inseparáveis. Daquelas que estão juntas todos os dias, mais precisamente desde às 6h15min de cada manhã, quando Elpídia Haas chega na casa de Leonora Hoff para as caminhadas. A agenda da semana é lotada. De segunda a sexta-feira, elas compartilham aulas de canto, de violão, de dança, de informática e ainda arrumam tempo para um bingo. A maior parte destas atividades acontece no complexo da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esportes e Lazer, que concentra oficinas musicais, de dança e de informática. Foi neste ano que as amigas resolveram voltar a ser aprendizes. E garantem: não querem parar de aprender.

FORÇA DE VONTADE

Leonora confessa que sempre cultivou vontade de aprender a tocar violão. Tratou de convidar a amiga, insistiu e lá se foram elas. Parecia difícil no começo, tanto que Leonora pensou em desistir. Todas as notas eram desconhecidas e posicionar os dedos corretamente demorava. Mas aí veio Elpídia com uma dose extra de força de vontade. Elas haviam chegado lá, não poderiam parar nas primeiras dificuldades. Hoje, o sorriso estampado no rosto mostra que os primeiros acordes - que iniciaram com a canção Pezinho - vieram acompanhados de novas amizades e energia renovada.

A mesma vontade veio ao encararem a tecnologia. Elas não sabiam ligar e desligar o computador, mas aos poucos, o medo foi substituído pela confiança. Gostam tanto de escrever e mandar mensagens que trataram de criar perfis no Facebook. E mais: cada uma ganhou um computador para exercitar em casa. “Tem gente que nos chama de loucas por estarmos fazendo tantas coisas. Mas nós queremos aprender”, divertem-se as amigas.

A vontade de saber mais não acaba com o fim dos cursos. O de informática, por exemplo, elas já querem a continuidade. E depois que dominarem o violão? “Aí vamos aprender gaita. E se eu vou, a Elpídia vai também”, garante Leonora. Tendo saúde para ir além, disposição parece não faltar. “A vida é muito curta, tratamos de ser felizes”, frisam as aposentadas, orgulho de suas famílias.

Leonora e Elpídia mostram que manter a cabeça ocupada e o corpo em movimento é uma receita infalível para alcançar a longevidade. Enquanto muitos querem descansar, as amigas, ao passarem dos 80 anos de vida, desejam mesmo é viver intensamente a vida, absorvendo cada conhecimento possível, realizando cada sonho que ousarem sonhar. Elas são estudantes, são aprendizes ao lado de crianças e jovens. Mas quem duvida que elas são professoras na arte de viver com felicidade?

 


Foto: Jornal Arauto
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Foto: Jornal Arauto
Amigas inseparáveis mostram que para aprender não tem idade
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