Desde às 8h30min de sábado, quando nos preparamos para a atuação na casa de Ângela, até o anoitecer em Bento Gonçalves, o lado emocional superou o profissional. Antes mesmo de chegar no Bairro Esmeralda, em Santa Cruz, onde ela reside, já não éramos mais isentos. Éramos sentimento a flor da pele. Mas, será que erramos? Não. Com esse fim de semana, aprendi uma coisa muito importante: se envolver em uma história nem sempre é pecado jornalístico, às vezes é o que fará com que a narrativa chegue real e sincera até a casa de nossos leitores e ouvintes.
Viajamos para a Serra Gaúcha, no fim de semana de páscoa, não apenas por um compromisso profissional ou para finalizar a promoção Doce Recomeço. A partir do momento em que entramos no carro, nos tornamos parte de uma história que jamais iremos esquecer. Ao lado de Letícia Dhiel, Augusto Barros e Tiago Rocha, vivi um misto de emoções que agora me faz escrever isso com toda a verdade possível.
Com a câmera em mãos, precisamos lidar com o tremor da ansiedade. O sentimento em nossos corações precisou ser contido na medida em que de comunicadores, nos transformamos em atores e cúmplices. Quando os obstáculos surgiam, o coração apertava. As lágrimas de Ângela eram nosso combustível para voltarmos para casa, apenas após o abraço. Tínhamos um compromisso, mas também uma missão, um desejo. O nosso presente de páscoa era o mesmo de Ângela. O sorriso de Claudina aquietou o coração da filha e encheu os nossos de orgulho e emoção.
Ali, em frente a Igreja Cristo Rei, fomos testemunhas de que é sempre possível recomeçar. Perdoar. Ir atrás. Engolir o amor-próprio, para passar a amar mais o outro. Na Praça das Rosas, vimos os espinhos se desfazerem. Um botão surgiu para que, de pétala em pétala, a relação de mãe e filha se fortaleça, para que juntas virem novamente flor.
Moradora de Santa Cruz viaja para Serra Gaúcha e se reconcilia com a mãe após sete anos afastadas