Cinco mil oitocentos e trinta metros não completados. Uma ida, que no lugar dos sessenta minutos previstos, não teve volta. Era apenas uma caminhada.
Não era noite. Não estava deserto. O crime, dessa vez, não esperou a escuridão. Era domingo de dia dos pais. Era de tarde. O sol ainda batia forte na água do Lago Dourado.
Francine Rocha Ribeiro, 24 anos, foi morta em uma situação que, até então, não dos amedrontava. Em que horário estamos seguras? Em que lugar não há risco de sermos mortas?
Tatiane Spitzner foi vítima dentro do próprio apartamento, na aparente segurança do lar. Jéssica Aline Junkherr Pinheiro foi vítima dentro de um carro de quem deveria a amar, mas preferiu a matar. Francine Ribeiro foi vítima em local público, na esperada segurança que não temos.
Quantas de nós ainda vão morrer por conta da insegurança? Quantas de nós ainda vão ser vítimas da criminalidade? Da maldade. Do ódio. Do desprezo.
Era só uma caminhada. Um momento feliz, registrado em uma selfie, que se transformou na dor e na incapacidade de lutar. Uma vida interrompida pela sujeira da violência. Mais um caso, ainda sem respostas, para nos fazer chorar e ter medo de uma simples caminhada.
Até quando?