Hoje já é quinta-feira e embora ainda faltem mais de cinco anos para os 30, eu entendo a Sandy em uma de suas músicas. Embora eu seja jovem para ser velha, agradeço cada marquinha que a vida me dá. Seja uma cicatriz após um tombo ou os fios brancos que insistem em aparecer aos 24. Mais do que a cor do cabelo ou os traços no rosto, acredito que a maior prova de que os anos passam é a consciência de que somos novas pessoas a cada dia.
Eu já me achava muito madura aos 17 quando sai da casa dos meus pais e passei a me aventurar em busca da profissão. O fato é que eu era apenas uma criança pedindo colo para o mundo. Não nos tornamos adultos quando saímos do ninho. Amadurecemos aos poucos depois de ir vivendo um pouco de tudo.
E precisamos apanhar da vida. Precisamos errar, recomeçar, refletir e repensar os atos. Eu me sinto melhor do que ontem e pior do que amanhã. E que bom que é assim. Se nos considerássemos prontos e perfeitos, não haveria evolução. Por esse motivo, não tenho medo de envelhecer.
Os diversos fios brancos que encontro em meu cabelo toda semana me fazem pensar na minha velhice. E eu embora eu tenha vivido apenas um quarto da minha existência, já sou grata por tudo que me fez crescer. Com minha genética paterna, acredito que caixas de tinta passem a fazer parte logo logo da minha rotina. Mas, se cada fio da cor da neve lembrar que estou melhor do que ontem, eu desejo um punhado de fios brancos.