Um punhado de fios brancos
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Um punhado de fios brancos


Publicado 03/05/2018 14:18
Atualizado 03/05/2018 14:34

Hoje já é quinta-feira e embora ainda faltem mais de cinco anos para os 30, eu entendo a Sandy em uma de suas músicas. Embora eu seja jovem para ser velha, agradeço cada marquinha que a vida me dá. Seja uma cicatriz após um tombo ou os fios brancos que insistem em aparecer aos 24. Mais do que a cor do cabelo ou os traços no rosto, acredito que a maior prova de que os anos passam é a consciência de que somos novas pessoas a cada dia.

Eu já me achava muito madura aos 17 quando sai da casa dos meus pais e passei a me aventurar em busca da profissão. O fato é que eu era apenas uma criança pedindo colo para o mundo. Não nos tornamos adultos quando saímos do ninho. Amadurecemos aos poucos depois de ir vivendo um pouco de tudo.

E precisamos apanhar da vida. Precisamos errar, recomeçar, refletir e repensar os atos. Eu me sinto melhor do que ontem e pior do que amanhã. E que bom que é assim. Se nos considerássemos prontos e perfeitos, não haveria evolução. Por esse motivo, não tenho medo de envelhecer.

Os diversos fios brancos que encontro em meu cabelo toda semana me fazem pensar na minha velhice. E eu embora eu tenha vivido apenas um quarto da minha existência, já sou grata por tudo que me fez crescer. Com minha genética paterna, acredito que caixas de tinta passem a fazer parte logo logo da minha rotina. Mas, se cada fio da cor da neve lembrar que estou melhor do que ontem, eu desejo um punhado de fios brancos.


Um punhado de fios brancos








Luiza Adorna Jornalista, sonhadora e escritora. Apaixonada pelas letras e pelo jornalismo desde criança. Gosta de observar a vida e registrar o que enxerga pelas ruas. Gosta de contar a história das pessoas. Gosta de narrar a existência humana. Notas de Rua é um blog sobre a vida, sobre o cotidiano e sobre aquilo que não deve passar despercebido.