A segunda-feira começou melancólica e triste. A queda para a Terceira Divisão de um dos clubes mais tradicionais do Estado, o Futebol Clube Santa Cruz, revela a triste sina dos clubes de futebol no interior do RS. Ou se profissionalizam em todos os setores, através de planejamento estratégico e de uma gestão profissional, e apostam nas crias da própria base para criar uma identidade com o torcedor e o clube, ou estão fadados à morte. Não são poucos os casos.
Aliás, em parceria com o dr. Paulo Roberto Juca, tive a honra de fazer o resgate histórico por ocasião do centenário do Galo em 2013, compilado no livro "Orgulho Centenário", editado pela Editora Gazeta Santa Cruz e, num apanhado final, o diagnóstico já apontava o caminho acima.
Mesmo no fundo do poço, é hora de unir forças para buscar soluções e se reorganizar. Exemplos para tal estão bem próximos, vide Avenida. O Galo é muito grande para estar na Terceira Divisão e o primeiro passo é fazer a mea-culpa.
Acredito que esta deveria ser uma prioridade nos próximos anos da Federação Gaúcha de Futebol (FGF): proporcionar aos clubes uma forma de auxílio na organização na área de planejamento, ou, logo ali, ela ficará sem afiliados. Organizar-se internamente, depende de cada um, mas também, dotar de profissionais que possam auxiliar os clubes nesta árdua tarefa seria uma ajuda talvez muito mais significativa do que apenas injetar dinheiro nos clubes, como faz com os da 1ª Divisão.
Nos últimos cinco anos foi o Santa Cruz – que teve dois descensos – mas, já foi caso do Avenida (que este ano realizou uma campanha surpreendente), Guarani, Lajeadense, São Luiz, Pelotas, Brasil/Pelotas, Ypiranga, São Paulo, Rio Grande, Aimoré, Glória, Esportivo, entre tantos outros... Poderia citar mais duas mãos cheias de clubes cujos casos foram os mesmos: falta de planejamento e aspirações.
O futebol profissional do interior agoniza e respira por aparelhos. Alguém precisa fazer alguma coisa.
