Trabalho social e voluntário, sem fins lucrativos, é uma das referências da entidade tradicionalista
Um dos mais belos trabalhos realizados pelo CTG Candeeiro da Amizade completa em 2020 seus 15 anos de trajetória. A equoterapia, que utiliza os cavalos para contribuir com a reabilitação de pacientes, surgiu a partir de Casandra Meirelles, que sofreu um acidente de carro em agosto de 2003. Em janeiro do ano seguinte, no Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek, em Brasília, conheceu o trabalho com a equoterapia e por três meses praticou a terapia. Com a sugestão de continuidade na sua cidade, a santa-cruzense foi procurada por Cláudia Ferraz e pelo marido, Dênis, no intuito de realizarem um trabalho social e voluntário. Foi assim que todos ingressaram no CTG, que abriu as portas para o projeto da equoterapia em 15 de outubro.
As lesões em Casandra, neurológicas e físicas, eram muito graves. Ela perdera os movimentos e tampouco se comunicava. A indicação dos profissionais da saúde era pelo tratamento multidisciplinar para melhorar a reabilitação e a qualidade de vida. Ao chegar no CTG, os voluntários foram se somando à causa. Para facilitar aos cadeirantes como Casandra, o tradicionalista Nestor Lacerda tratou de fabricar um elevador. Cada um que foi se unindo, trouxe seu lado humano, sua solidariedade e sua doação de tempo e de amor para o projeto.
Para Casandra – e os mais de 40 praticantes hoje, todos por indicação médica – a equoterapia só trouxe benefícios. Na socialização, no equilíbrio do corpo, na interação com o cavalo e com o ambiente, sem contar no aspecto emocional e na autoestima. Aliás, reflexo presente não só nos pacientes, mas nos cerca de 20 voluntários que se dedicam a fazer o bem. “A equoterapia, sob a nossa percepção, é uma integração entre o praticante, o cavalo e os voluntários, o que proporciona uma sinergia especial que beneficia a todos”, descreve a coordenadora e fundadora do projeto, Cláudia Ferraz.
Para quem trabalha voluntariamente, a equoterapia também transforma a vida. Janete Oliveira da Silva conta que chegou ao CTG com depressão e hoje é outra pessoa. “Para mim isso aqui é uma terapia”, declara, reconhecendo que o voluntariado mudou o seu dia a dia.
Os praticantes, com variadas patologias, seja deficiências, síndromes, autismo, vêm de toda região, desde os três anos de idade até mais de 70, conta outro coordenador do projeto, Lino Angelin. E no Candeeiro ninguém paga nada por isso, assim como ninguém recebe nada pelo trabalho. A não ser doses generosas de reconhecimento e gratidão.
SAIBA MAIS – A equoterapia no CTG Candeeiro da Amizade, no bairro Araçá, em Vera Cruz, acontece duas vezes por semana, nas segundas e sextas-feiras, das 13 horas às 16h30min. Lino antecipa que está em fase de acabamentos a construção de um refeitório nutricional destinado à equoterapia, contribuindo com as refeições mais balanceadas dos praticantes.
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