Ameaças e lesões corporais lideram o ranking de ocorrências, informa a delegada Lisandra de Castro de Carvalho
O mês de agosto tradicionalmente evidencia as reflexões sobre violência contra a mulher. Em Vera Cruz, os primeiros oito meses do ano totalizaram 163 ocorrências desta natureza, tendo casos de ameaça e lesão corporal, ambas com medida protetiva, os mais comuns. O que chama a atenção da delegada Lisandra de Castro de Carvalho, titular da DP do Município, no entanto, é que o número absoluto supera o que foi acumulado em todo ano de 2023, quando 160 registros foram feitos nos 12 meses.
Esses dados foram apresentados durante a programação do Agosto Lilás, realizada na tarde desta sexta-feira (30), no Clube Vera Cruz. Lisandra falou dos 17 anos em que esteve à frente da Delegacia da Mulher, em Santa Cruz do Sul, e viu a Lei Maria da Penha nascer e ser aprimorada a cada ano. “Nós temos orgulho de ter uma lei referência internacional nas medidas de proteção às mulheres”, destacou. Os dados em vera Cruz preocupam, frisou a delegada. “Como finalizaremos 2024 em índices relativos à violência contra a mulher? Mas ao mesmo tempo consideramos que mais pessoas vieram pedir ajuda nesse ano. Sabemos que a violência contra a mulher perdura por muitos anos em silêncio para a vítima”, sublinha.
Muitas mulheres têm vergonha, não sabem se denunciam pela questão familiar, pelos filhos dependentes, tem a questão econômica, então são várias questões apontadas pela delegada e que muitas vezes retardam a procura da delegacia por parte da mulher. Dos casos mais comuns em Vera Cruz, ameaça tem 64 ocorrências com medida protetiva, ou seja, vítimas que procuraram a delegacia para medidas de proteção previstas na lei Maria da Penha, como afastamento do agressor do lar, a proibição de manter contato, proibição do contato com os dependentes, e outras. São 27 casos de lesão corporal com medida protetiva, 23 casos de descumprimento da Lei Maria da Penha, 18 de violência psicológica, dois casos de estupro, e outros mais.
“Fica o sinal de alerta, são dados preocupantes porque já chegamos aos números de um ano inteiro. Mas fica aqui a luta constante da conscientização, da busca pela ajuda, de que devemos mudar uma cultura machista, por isso a educação é tão importante”, destacou a delegada, lembrando que Vera Cruz conta com a Sala das Margaridas, especialmente decorada, com agente mulher para acolher as vítimas de violência, assim como atendimento psicológico semanal para ouvir e auxiliar nesse processo.
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