Esses itens são autorizados em vários países do mundo, comercializados em diversos locais e fabricados com matéria-prima que vem, inclusive, das lavouras do Rio Grande do Sul
Uma posição radical e ideológica. Foi assim que o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Valmor Thesing, definiu a postura do Governo Federal e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nas discussões sobre a regulamentação dos dispositivos eletrônicos para fumar.
Esses itens são autorizados em vários países do mundo, comercializados em diversos locais e fabricados com matéria-prima que vem, inclusive, das lavouras do Rio Grande do Sul. Entretanto, no Brasil, existe uma política restritiva ao comércio, mas não ao consumo.
Thesing lamentou as ações tomadas pela Anvisa e pelo Governo Federal. Segundo ele, há movimentos em curso, como a subcomissão criada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul pelo deputado estadual Marcus Vinícius (PP), que buscam sensibilizar o governo sobre a importância da cadeia produtiva do tabaco. “É uma posição totalmente radical e ideológica. Eles não consideram as evidências científicas nem os dados econômicos. Por isso, estamos mobilizados não só na Assembleia do Rio Grande do Sul, mas também no Congresso Nacional, em Brasília”, afirmou.
O presidente do Sinditabaco destacou o trabalho contínuo de articulação com lideranças políticas para promover o debate tanto na Assembleia Legislativa quanto no Congresso Nacional. “Esse é um esforço que não pode parar, seja para manter a cadeia produtiva ativa e fortalecida, seja para buscar novas oportunidades”, frisou.
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Entre os temas mais discutidos está a regulamentação da nicotina líquida, um insumo utilizado na produção dos dispositivos eletrônicos. “Embora o produto final seja proibido no Brasil, temos toda a cadeia produtiva, matéria-prima, fábricas e tecnologia. Por que não podemos produzir para exportação? Simplesmente porque a Anvisa proíbe. Queremos sensibilizar o governo por meio desses movimentos, seja na Assembleia, em discussões com a Anvisa ou em outros fóruns”, destacou Thesing.
Ele também ressaltou que o pedido do Sinditabaco e de outros grupos que representam os interesses dos produtores é pela criação de regras e critérios técnicos para a produção de dispositivos eletrônicos no Brasil. “Mais de 100 países já regulamentaram esses produtos, muitos deles desenvolvidos, como Estados Unidos, Inglaterra, Japão, Canadá e França”, pontuou.
Thesing defende que as evidências científicas utilizadas por outros países para liberar esses dispositivos mostram que eles são muito mais seguros do que o cigarro tradicional. “Apresentamos essas evidências ao governo, mas a consulta pública da Anvisa afirma que não há dados suficientes. Isso desconsidera pesquisas realizadas nas últimas duas décadas em âmbito global”, criticou.
Para o presidente do Sinditabaco, a regulamentação traria benefícios para todos os envolvidos, gerando emprego e renda. Ele ressaltou ainda que os dispositivos consumidos atualmente no Brasil são, em grande parte, contrabandeados e produzidos com nicotina sintética, o que prejudica as lavouras de tabaco, as indústrias, o comércio e a saúde pública.
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