Diretor de assuntos científicos e regulatórios da BAT Brasil, Lauro Anhezini Junior, explicou o rigor sanitário e de qualidade que se teria com o produto regulamentado no Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), decidiu neste ano por manter a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. Com isso, continua proibida a comercialização, fabricação e importação, transporte, armazenamento e propaganda desses produtos.
Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), conhecidos como cigarros eletrônicos, são chamados também de vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). O diretor de assuntos científicos e regulatórios da BAT Brasil, Lauro Anhezini Junior, em entrevista à Arauto News, falou como está a situação hoje no Brasil quanto ao uso desses dispositivos.
“Hoje, temos no Brasil três milhões de adultos que consomem esses produtos, mas não sabemos o que os contém, pois não há controle sanitário. Esses produtos devem ser regulamentados para que possamos ter um mercado com regras claras. Assim, pensamos em introduzir dispositivos que são comercializados em países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. A maior parte do mundo já oferece produtos de indústrias sérias, como a BAT, enquanto os que estão disponíveis no mercado ilegal brasileiro são de baixa qualidade e podem causar problemas de saúde. Nos países onde os cigarros eletrônicos são regulamentados, eles ajudam, inclusive, as pessoas a deixar o hábito de fumar”, frisa Lauro.
Lauro enfatiza que essa questão deve ser abordada como um tema de saúde pública. “Precisamos discutir isso. É um assunto muito sério que afeta a população brasileira em larga escala. Três milhões de adultos são consumidores regulares e seis milhões de fumantes já experimentaram cigarros eletrônicos. Além de uma parte da população que nem deveria estar provando, que são os menores de idade”.
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O diretor também destacou que, em caso de regulamentação, o rigor sanitário e a qualidade seriam uma prioridade, ao contrário da situação atual. “A ciência mundial é unânime ao afirmar que esses produtos oferecidos têm menor risco em comparação aos cigarros convencionais. Muitos ministérios da saúde incentivam a migração para produtos como cigarros eletrônicos. No entanto, no Brasil, não podemos afirmar isso. A população brasileira não sabe a procedência do que está consumindo”.
Desde 2009, uma resolução da Anvisa proíbe a comercialização de dispositivos eletrônicos para fumar no Brasil. Contudo, produtos ilegais podem ser adquiridos pela internet, em estabelecimentos comerciais e com ambulantes, mesmo com a proibição. O consumo, sobretudo entre os jovens, tem aumentado.
Em fevereiro deste ano, a Anvisa fez uma consulta pública para que a sociedade pudesse contribuir sobre a situação dos dispositivos eletrônicos para fumar no Brasil. A proposta discutida pela agência foi a manutenção da tradição existente, e não há previsão de novas discussões de legislação sobre o tema.
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