Colunista

Daiana Theisen

Conversa de mãe

COLUNISTA

Tudo a seu tempo

Publicado em: 23 de setembro de 2024 às 11:06 Atualizado em: 23 de setembro de 2024 às 11:10
compartilhe essa matéria

Cada dia junto de uma criança é um aprendizado diferente. Cada idade tem seus ensinamentos e seus desafios. Não podemos perder tempo! Temos que aproveitar para crescer com elas.

Da euforia de um exame positivo de gravidez ao consumo desenfreado de informação para dar o melhor e mais adequado ao bebê que vem aí. O que pode ou não pode comer, o que deve vestir para seu conforto, muito colo mima? Pouco colo parece falta de amor. Em que idade podemos começar a estimular os hábitos individuais de higiene, quando dão os primeiros passos, quando podem comer sozinhos? …e por aí vai e não necessariamente nesta ordem.

Com o crescimento, novas pesquisas, muitas dúvidas, novos aprendizados. Estamos no caminho certo?

Consumimos muita informação, mas verdade é que aprender mesmo, só na prática. Só com o teste. Por vezes, errando. E, quero crer, é um aprendizado que não termina. Felizmente.

Mães e pais sabem, sentem, o que é melhor para seus rebentos. Cada fase é diferente, especial em seus desafios e em seus aprendizados. Passamos por aquela do exercício diário de não entregar pronto, de estimular seus próprios hábitos, de mostrar a importância de guardar seus brinquedos, de dizer não para coisas que parecem tão triviais. Estamos focamos em estimular a educação financeira, frear o consumismo, ressaltar a importância das relações, de entender as suas emoções, de valorizar o ensino e a educação. De formar um ser humano de bem e para o bem.

Parece, mas não é tarefa fácil. Em três minutos, qualquer adulto recolhe todos os brinquedos espalhados pelo chão da sala. A criança leva em torno de 15 (a depender do que quer fazer na sequência). 15 minutos também são suficientes para consumir um prato de comida no almoço, mas… com a paciência de uma criança a refeição leva em torno de meia hora (de novo, a depender do que quer fazer na sequência).

Precisamos respeitar o tempo delas, porque fazer por elas não nos parece adequado. Mas sim, é difícil. Quando vê estamos nós desempenhando uma tarefa que é deles para otimizar o tal do tempo.

Por isso, com as crianças aprendemos a respeitar o tempo. De manhã, quando tudo começa. Tem o tempo de acordar, de espreguiçar, de brincar um pouquinho. Depois disso, dá pra trocar o pijama e tomar o café da manhã.

A despedida na porta da escola é um tempo particular. Um abraço e o desejo de um bom dia não pode ser medido pelo tempo. E como dizer que o tempo urge, que estou atrasada e deixar de receber carinho ficando o dia todo longe? Como dar as costas sem aquela viradinha para ver se entrou mesmo no portão do colégio e está indo em direção à sala? Dane-se o tempo.

Esta magia de ensinar e aprender ao mesmo tempo faz tudo valer a pena. Estimular é preciso. Dar a oportunidade de se desenvolverem é necessário. Dar suporte, também.

Eles se espelham em nós. E nós nos vemos neles.

Só pedimos que o tempo vá mais devagar.