Empresário Flávio Haas participou do lançamento da proposta em 25 de abril de 2008
A proposta de instalação de um porto seco em Santa Cruz do Sul voltou à pauta com força nos últimos dias. Para o empresário Flávio Haas, que há quase duas décadas acompanha de perto a discussão, trata-se de uma alternativa viável e estratégica para enfrentar os gargalos logísticos que ainda afetam a região.
Hass relembra que a ideia surgiu formalmente durante o projeto Santa Cruz Novos Rumos, lançado em 25 de abril de 2008. Na ocasião, cerca de 300 lideranças participaram de um encontro para refletir sobre os caminhos futuros do município e da região. “Discutimos Santa Cruz e região durante um dia inteiro. O que nós éramos no passado, o que nós somos e o que nós queremos ser.
E foi um dos fatores levantados, evidentemente porque nós somos uma região exportadora, com forte participação no comércio exterior“, disse.
Segundo o empresário, ainda naquela época já havia respaldo técnico e institucional para pleitear um entreposto aduaneiro na cidade. A Receita Federal chegou a sinalizar positivamente sobre a viabilidade da iniciativa. Contudo, o projeto acabou esbarrando em mudanças nas diretrizes do governo federal, que passou a conceder novos portos secos apenas em áreas de fronteira. Com isso, a ideia foi arquivada.
Agora, com a reabertura das discussões, Hass vê com otimismo a retomada da proposta. “Agora, o deputado federal Heitor Schuch retomou o assunto. Eu acho que foi muito boa a iniciativa dele. E isso retoma um assunto que estava bem encaminhado”. Ele destaca que um porto seco levaria benefícios especialmente para empresas que trabalham com importação, já que o modelo permite o pagamento de tributos apenas no momento da internalização dos produtos, reduzindo o impacto no caixa das empresas e melhorando o giro financeiro.
Além disso, o empresário lembra que na época o grupo responsável pelo projeto já havia identificado um local para a instalação do porto seco. A estrutura, segundo ele, dependeria de investimento privado, enquanto a União seria responsável apenas pela fiscalização. “Eu tenho certeza que, se retomarmos o assunto, acho que nós vamos encontrar investidores e vamos ter sucesso nessa empreitada”, afirmou.
Haas ressalta ainda que a iniciativa precisa vir acompanhada de melhorias na infraestrutura de transporte da região. Conforme ele, desde 2008, a duplicação da RSC-287 já era uma das prioridades apontadas pelo grupo Santa Cruz Novos Rumos, assim como a viabilidade de uma ferrovia ou o porto de Rio Pardo, fazendo parte de um plano logístico amplo para a região.
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