Você já parou para pensar que, muitas vezes, estamos tão ocupados falando, que esquecemos de ouvir? No nosso mundo, onde as palavras se multiplicam a cada segundo, será que realmente escutamos o outro, ou apenas aguardamos o momento de falar?
É curioso, mas em uma conversa, nós passamos muito tempo ouvindo, mas, ao mesmo tempo, não estamos escutando. Quantas vezes você já se pegou esperando o outro terminar de falar para dar sua opinião, sem realmente absorver o que ele dizia? Quantas vezes, no calor da discussão, nos sentimos distantes do outro, como se a única coisa que importasse fosse a nossa opinião?
O “diálogo dos surdos” está mais presente do que imaginamos. Em vez de trocar ideias, muitas vezes, estamos apenas gritando para sermos ouvidos, sem parar para perceber o que o outro realmente quer dizer. E quando isso acontece, o que nos resta é a sensação de não ser compreendido, de estar sozinho, mesmo estando cercado de pessoas.
No nosso cotidiano, isso se reflete em tudo, nas relações com amigos, no trabalho, na família. Você já reparou como, em muitos casamentos, por exemplo, o tempo de conversa vai diminuindo? E com isso, a cumplicidade vai se esvaindo. Perde-se a capacidade de escutar o outro, de realmente entender suas angústias, suas alegrias. E, com o tempo, o silêncio entre as pessoas se torna um peso, um fardo, como se tivessem se tornado estranhos um para o outro.
É importante refletirmos sobre isso. O que estamos fazendo com a nossa capacidade de escutar? Quando foi a última vez que você ouviu alguém de verdade, sem pressa de responder? Sem tentar corrigir ou dar conselhos, apenas escutando o que o outro tem a dizer? E mais, você tem escutado a si mesmo? Em meio a tantas distrações, será que estamos dando espaço para nossos próprios sentimentos e pensamentos?
Escutar não é só uma questão de ouvir com os ouvidos. Escutar de verdade é ouvir com o coração. É dar ao outro o presente mais precioso que podemos oferecer: nossa atenção plena, nosso tempo. Isso não só aproxima as pessoas, mas cria uma conexão verdadeira, onde o diálogo não é mais uma troca de palavras, mas um verdadeiro encontro de almas.
Neste final de ano, em meio aos preparativos, às pressões e ao barulho que nos rodeia, que tal refletirmos sobre a importância da escuta? Como andam suas conversas? Tem se dado ao luxo de realmente escutar o outro? Porque, talvez, seja justamente isso que está faltando para trazer mais harmonia às nossas relações. Talvez seja hora de silenciar um pouco mais e escutar o que realmente importa.
