Superando 2015, mais de 400 apenados fizeram provas do Enem neste ano
O número de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL) cresceu 18,74% em relação ao ano passado. Superando 2015, mais de 400 apenados fizeram provas do Enem neste ano. No total, foram 2.559 inscritos, entre homens e mulheres, de todos os regimes, e 74 casas prisionais participantes.
Em 2013, haviam 1.624 inscritos e 71 estabelecimentos participantes. Já em 2014, o número de presos inscritos continuou aumentando, mesmo com a diminuição de unidades participantes, sendo 1.590 inscritos e 64 unidades. No ano passado, em 2015, foram 2.155 inscritos e 74 casas prisionais.
As provas do Enem PPL foram aplicadas durante os dias 13 e 14 de dezembro. Elas ocorrem cerca de um ou dois meses após o Enem para os alunos da rede externa. Geralmente, os presos fazem o exame em busca da certificação do ensino médio, também procuram a remição por meio da certificação e o acesso ao sistema de vagas em faculdades e universidades (como Sisu, Sisutec e Prouni).
Segundo dados da Divisão de Educação Prisional do Departamento de Tratamento Penal da Susepe (DEP/DTP), atualmente contamos com 45 Núcleos Estaduais de Educação de Jovens e Adultos (NEEJAs) implantados no Estado, incluindo as turmas descentralizadas, e 18 em tramitação pra implantação. São 2.724 apenados estudando, entre condenados e provisórios, sendo uma média de dois mil detentos estudando por mês.
Para a assistente social do DEP/DTP, Ana Luísa Dreher, a base da inserção social é a educação, pois ao criar o hábito da leitura, o sujeito acaba acreditando mais em sua capacidade. "Quanto maior o grau de educação, mais fácil conseguir uma vaga em um curso profissionalizante, e até mesmo, cursar uma faculdade durante o cumprimento da pena. As chances de conseguir emprego ao término da pena é, sem dúvida, um dos maiores benefícios para os que estudam durante o período de reclusão", comenta.
Entre os motivos para o crescente aumento de inscritos no Enem PPL, destaca-se a parceria com a Fundação Gaúcha de Bancos Sociais/Banco de Livros, que fornece livros e garante espaços de leituras, além de capacitar servidores penitenciários na distribuição correta das obras e no desenvolvimento de práticas de incentivo à leitura. Também há os Encontros Regionalizados entre Susepe e Secretaria de Educação, promovendo diálogo e estreitando laços entre as instituições, professores, servidores penitenciários e presos.
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